Rodolfo Buhrer/Reuters |
Um dos representantes dos caminhoneiros Wanderlei Alves,
conhecido como Dedéco, disse nesta quinta-feira, 17, que a categoria iniciará
uma paralisação a partir da meia-noite do dia 29 de abril.
“A maioria dos grupos de caminhoneiros já decidiu pelo
dia 29 de abril, tem uns ou outros que acham que é pouco tempo, que devemos esperar
ainda, mas a maioria concorda sobre o dia 29 porque chegamos num ponto que não
tem mais condições de trabalhar”, disse.
“Isso não foi uma decisão só minha, foi decidido em grupo
por várias lideranças de caminhoneiros”, ressaltou. Ele acredita que, a exemplo
do que ocorreu no ano passado, o movimento deve atingir o Brasil inteiro,
crescendo à medida que os dias passam.
Segundo ele, os caminhoneiros decidiram antecipar a
paralisação, anteriormente prevista para 21 de maio, em virtude do novo aumento do diesel. “Com esse aumento do
óleo diesel não tem mais condição”, afirmou. “Os caminhoneiros estão cientes de
que, dentro de 14, 15 ou 16 dias vai ter outro aumento do diesel, e esse
aumento de R$ 0,10/litro já afetou em R$ 1 mil o lucro mensal, e o frete continua
o mesmo.”
A Petrobras informou na quarta-feira que decidiu aumentar
o preço do diesel em R$ 0,10/litro, o que implica uma variação mínima de 4,518%
e máxima de 5,147%, nos seus 35 pontos de venda no Brasil. O aumento começou a
vigorar nesta quinta.
Para Alves, o dispositivo da lei do piso mínimo de
transporte rodoviário de carga que associa o incremento do frete ao aumento do
diesel não adianta porque a tabela de frete não está sendo cumprida. “Se
estivessem pagando o piso mínimo, o aumento do óleo diesel não iria nos afetar.
Mas não estão cumprindo”, disse. A lei indica que, sempre que ocorrer oscilação
no preço do óleo diesel no mercado nacional superior a 10%, para mais ou para
menos, nova norma com pisos mínimos deverá ser publicada pela Agência Nacional
dos Transportes Terrestres (ANTT), considerando a variação no preço do
combustível.
O representante defende a melhora na fiscalização do cumprimento
do piso mínimo do transporte rodoviário. Ele citou que o governo vai testar no
Espírito Santo o documento de transporte eletrônico, quando poderia fazê-lo no
Brasil inteiro. “Isso obrigaria a transportadora a pagar piso mínimo.”
Exame