Foto: Evandro Veiga/CORREIO |
Denunciar um caso de agressão não é fácil - prova disso,
é que cerca de 40%
das mulheres que têm essa coragem desistem e não retornam à
delegacia depois, para dar continuidade ao caso. Com o objetivo de
orientar as mulheres
vítimas de violência a a denunciar as agressões, os estudantes Alan
Robert do Carmo, 17 anos, e Carlos Eduardo Soares, 18, criaram o aplicativo
‘Conscientizando’. Os dois meninos são alunos do 3º ano do ensino médio no
Colégio Estadual Sete de Setembro, no bairro de Paripe, no Subúrbio Ferroviário
de Salvador.
O aplicativo pode ser baixado em qualquer celular Android
e traz como conteúdo inicial a Lei Maria da Penha – que foi sancionada em 2015
e é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das três
melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres.
Além disso, o app tem um canal de denúncia.
Foto: Evandro Veiga/CORREIO |
“Tivemos a ideia durante um projeto cujo tema no passado
foi a violência contra a mulher. Então, resolvemos criar o app, que é uma forma
de comunicação mais sensível para as pessoas entenderem, que serve para
incentivar a denúncia. Apesar de existir o Disque 180, Central de Atendimento à
Mulher, as mulheres desconhecem o serviço ou têm medo”, explica Alan.
O app tem a versão bilíngue (Português/Inglês) e podem
ser feitas denúncias sob anonimato. “Além disso, tem os tipos de violência,
relatos atualizados, telefones de todas as delegacias especializadas em
atendimento à mulher no país”, completa.
Quando criaram o app, em março do ano passado, os
estudantes não tinham noção da abrangência. Hoje, já somam mais de 2 mil
acessos – 99% no Brasil e 1% nos Estados Unidos. “A Bahia foi o estado que deu
mais acesso, 80%. Neste universo, Salvador foi responsável por 90% dos acessos.
Os 10% que restavam foi em Feira de Santana”, declarou Carlos.
O Correio