Agência O Globo
Um pedido de
cigarro deu início à discussão que levou o lutador de jiu-jítsu Igor Uriel Tron
Pereira Lomba, de 28 anos, a espancar e matar André Luiz França Caldas, de 44
anos. O crime aconteceu na madrugada de quarta-feira (22), na Tijuca, na Zona
Norte do Rio. A vítima foi socorrida para o Hospital Souza Aguiar, no Centro,
mas não resistiu aos ferimentos. O agressor, que chegou a publicar nas redes
sociais uma foto de André ensanguentado, foi preso na tarde do mesmo dia e
encaminhado à Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, que investiga o caso.
Lutador de
jiu-jítsu Igor Uriel Tron Pereira Lomba, de 28 anos, foi preso por espancar e
matar homem em bar Foto: Reprodução
De acordo
com parentes, André Luiz estava acompanhado de uma moça em um bar, quando ela
foi abordada pelo lutador, que pediu um cigarro. Por um motivo ainda
desconhecido, a aproximação gerou uma discussão entre os dois homens.
Na
delegacia, o agressor alegou que foi xingado. A mulher que acompanhava André
Luiz, cuja identidade foi preservada, contou aos investigadores que a vítima
não revidou as agressões do lutador. Mesmo com o homem já caído no chão, Igor
Uriel continuou desferindo os golpes e só parou quando um morador de rua
interveio.
Com lesões
no abdômen e na cabeça, André Luiz deu entrada na unidade de saúde às 4h25,
ainda com vida. Após uma parada cardiorrespiratória, os médicos tentaram
reanimá-ló por 25 minutos, mas ele não resistiu aos ferimentos.
— Ele nunca
praticou nenhum tipo de luta, não sabia lutar. Nunca se envolveu em nenhuma
confusão desse tipo. Era um cara tranquilo, espírita, que distribuía comida na
rua. A família toda está muito abalada — contou a cunhada da vítima.
André Luiz
era divorciado e não tinha filhos. Bacharel em Direito, ele trabalhava na área
administrativa de um escritório de advocacia onde também atuam outros membros
da família. A mãe da vítima, que perdeu o marido há 11 anos, foi a primeira a
saber do crime e está em estado de choque.
André Luiz chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos |
Três
parentes de André Luiz chegaram no fim da manhã desta quinta-feira (23) ao Instituto
Médico-Legal (IML), na Leopoldina, para fazer o reconhecimento do corpo. Eles
preferiram não ter os nomes revelados com medo de que o agressor participe de
uma gangue de lutadores.
Quatro passagens
Antes de
espancar e matar André Luiz, Igor Uriel já tinha quatro passagens pela polícia,
sendo três delas por violência doméstica. Ele foi preso na tarde desta
quarta-feira, quando estava a caminho de uma academia de lutas na Tijuca.
O porteiro
do prédio onde mora o lutador contou, em depoimento, que ele chegou em casa
alterado e disse que tinha matado uma pessoa. Igor Uriel orientou o porteiro a
fornecer seu telefone à polícia caso fosse procurado na residência. Na
delegacia, o lutador confessou o crime, disse que havia bebido e afirmou estar
arrependido.
Após a
prisão, a polícia encontrou na casa de Igor Uriel uma plantação de maconha e
uma estufa. Além de homicídio qualificado, devido ao motivo fútil do crime, o
agressor também foi indiciado por tráfico de drogas. A pena pode chegar a 30
anos de prisão.