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Agência O Globo
As mães de
uma menina de quase 2 anos, diagnosticada com câncer há cinco meses,
denunciaram, no início de abril, um episódio de homofobia que revoltou sua
família. Tiffany e Albree Shaffer, moradoras de Ohio, nos Estados Unidos,
receberam uma mensagem de uma pessoa que disse ter se sensibilizado com a
história da criança, mas que deixaria de doar um valor equivalente a R$ 30 mil
para o tratamento porque ela é filha de duas lésbicas.
Em dezembro
de 2018, foi descoberto que a pequena Callie estava com neuroblastoma avançado,
um tipo de câncer que ataca glândulas acima dos rins. Na semana seguinte, saiu
o prognóstico: a doença estava no estágio quatro e a paciente precisaria de 18
meses de quimioterapia e radiação. Mas o custo para tal seria alto. Um parente
dela teve a ideia de criar uma campanha de financiamento coletivo com o
objetivo de ajudar nas despesas médicas.
iffany e
Albree relataram em um post no Facebook terem ficado "chocadas e
enojadas" a mensagem enviada por uma mulher identificada como Bren Marie.
O desabafo alcançou, até o momento, 12 mil compartilhamentos.
"Minhas
orações estão com a Callie. Eu ia doar US$ 7,6 mil (cerca de R$ 30 mil) para
ela, mas descobri que ela é filha de lésbicas. Eu escolhi fazer uma doação para
St. Jude (hospital infantil) devido a esse fato", afirmou a usuária da
rede social. "Desculpe, ainda vou rezar por ela, mas talvez seja a maneira
de Deus de chamar sua atenção que ela precisa de uma mamãe e um papai, não duas
mamães".
Segundo a
emissora americana "NBC News", o perfil dela foi excluído ou teve seu
nome alterado após o caso repercutir na web. "Tentamos não ficar
chateadas, mas foi difícil", disse Albree, de 26 anos. "Eu não podia
acreditar que ela nos procurou para nos dizer isso diretamente. Ela poderia
simplesmente não ter doado e ignorado a página".
Apesar
disso, ela contou que acabou recebendo doações de estranhos após a mensagem de
Bren Marie ter viralizado e enxergou nessa gentileza algo positivo em meio a
tudo que aconteceu. A vaquinha online já arrecadou cerca de US $ 80 mil
(aproximadamente R$ 315 mil).
Enquanto
Albree largou seus três empregos para ficar de olho em Callie no Hospital
Infantil de Cincinnati, em Ohio, Tiffany trabalha e ainda cuida de seu outro
filho, Tyler, de 7 anos, que tem transtorno do espectro autista. De acordo com
a família de Callie, além da quimioterapia e radioterapia, ela precisará de um
transplante de medula óssea e de uma cirurgia para remover o tumor assim que
ele encolher.