Foto: Edgardo Pessoa Filho / SAAE |
Por G1 BA
O Ministério
Público Federal (MPF) instaurou um procedimento administrativo para apurar
possíveis impactos no Rio São Francisco e afluentes, na Bahia, decorrentes do
rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho, na Região
Metropolitana de Belo Horizonte, em janeiro de 2019.
O
procedimento foi instaurado na última segunda-feira (24), conforme portaria
publicada no Diário Eletrônico, assinada pelo procurador da República, Adnilson
Gonçalves da Silva.
O inquérito
foi instaurado após a realização de uma audiência pública em Bom Jesus da Lapa,
na região oeste do estado, em abril. Na ocasião, segundo o MPF, se discutiu a
“situação de Brumadinho, com potenciais impactos no Rio São Francisco e
afluentes no território baiano”.
O órgão
aponta que ficou esclarecido que os rejeitos (lama) da barragem de Brumadinho
não haviam atingido, naquele momento, o Rio São Francisco na altura dos
municípios baianos, mas que, por outro lado, haveria monitoramento constante de
diversos órgãos.
A
instauração do procedimento administrativo, conforme o MPF, tem o objeto de
acompanhar a situação para apurar se houve ou ser haverá alguma contaminação do
rio futuramente.
Impactos
A Barragem
do Córrego do Feijão, em Brumadinho, se rompeu no dia 25 de janeiro e deixou,
pelo menos, 246 mortos.
Em março, a
Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) divulgou que o Rio São Francisco havia sido
atingido pelos rejeitos. A informação foi divulgada em nota técnica, durante o
Seminário Pós-Brumadinho. Em janeiro, a entidade havia feito uma pesquisa em
que apontava a possibilidade de contaminação.
A informação
contestou uma nota técnica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Estadual de Florestas
(IEF), que concluiu que os rejeitos não atingiram o reservatório da
Hidrelétrica de Três Marias, na Região Noroeste de Minas e Gerais, e nem o Rio
São Francisco.
A
Organização Não Governamental (ONG) SOS Mata Atlântica, assim como a Fundaj,
apontou a contaminação.
De acordo
com a nota técnica emitida pela Fundaj, a pluma de contaminação por metais
pesados chegou ao São Francisco desde, ao menos, o dia 12 de março, por meio da
hidrelétrica de Três Marias, em Minas Gerais.