Foto: Emily Almeida / Agência O Globo |
A servidora pública Patricia Pires Santana, de 46 anos, foi uma das vítimas desse golpe. No ano passado, ela teve um débito no valor de R$ 7 mil na sua conta do banco Santander. Ligou para o banco informando que não havia feito aquela transação, não havia perdido o cartão e não sabia o que tinha ocorrido. A atendente avisou que a operação foi realizada com o cartão virtual, e a compra foi cancelada rapidamente pela instituição financeira.
Neste ano o episódio, porém, se repetiu. Dessa vez, foram feitas várias compras no mesmo dia por meio do aplicativo do banco, totalizando R$ 5 mil. Ela entrou em contato com o Santander e foi verificado que os golpistas, novamente, utilizaram o cartão virtual. As operações foram outra vez canceladas pelo Banco.
— O bom foi que eu vi rapidamente essas compras e consegui avisar ao banco, que cancelou sem problemas. Mas eu não consigo entender o que pode ter acontecido. Eu nunca nem usei o cartão virtual, não sei usar isso. E não passei por nada que alguém possa ter roubado meus dados — conta Patricia.
O que diz o banco
m nota, o Santander informou que: "agiu imediatamente evitando prejuízo à cliente. Os cartões virtuais oferecem mais segurança por possuírem dados dinâmicos, como o próprio número de cartão ou código de segurança. Contudo, caso haja engenharia social, ou seja, eventual fragilização das credenciais do cliente, seu uso pode ficar comprometido.”
Já a Federação Brasileira de Bancos ( Febraban) afirmou, em nota, que "não tem conhecimento de nenhum caso de 'clonagem' de cartão virtual".
A engenharia social citada pelo Santander é uma prática usada por criminosos para conseguir que a vítima entregue seus dados de forma espontânea, mas sem ela saber. As técnicas são inúmeras, e ainda não são totalmente conhecidas. É possível enviar mensagens ou e-mails pedindo cadastros e dados, ou mesmo criar um site falso e redirecionar para a vítima, que coloca seus dados e senha e acredita estar acessando o site do banco, colocar um vírus no computador que lê dados, entre outras coisas. Com os dados da pessoa, os criminosos entram no site do banco como se fossem elas, podendo gerar pagamentos, fazer compras e inclusive gerar cartões virtuais.
Veja alguns alertas dos bancos e o que não fazer para evitar que seus dados sejam roubados
- Nunca clique nos links ou arquivos recebidos em e-mails ou mensagens instantâneas não solicitadas. Eles podem instalar programas maliciosos que capturam dados, como número de cartão de crédito e senhas.
- Desconfie de e-mails com remetente ou conteúdo duvidosos. Endereços falsos em nome de instituições bancárias e órgãos governamentais muitas vezes são utilizados com o objetivo de instalar programas maliciosos no seu computador.
- Nunca responda a e-mails ou telefonemas que peçam seus dados bancários, como número de conta, agência e senha. Procure utilizar sempre seu computador pessoal para transações bancárias e compras. Computadores públicos ou desconhecidos podem estar infectados com vírus e programas maliciosos.
- Nunca forneça dados pessoais, bancários ou senhas em ligações telefônicas recebidas.
- Os bancos nunca entra em contanto via telefone solicitando senhas, assinatura eletrônica, códigos de acesso ou outras informações pessoais.
- Somente informe seus dados pessoais quando você entrar em contato com a Central de Atendimento de um banco.
- Não utilize telefones celulares de terceiros para entrar em contato com o banco. Os dados de sua conta e senha ficam registrados na memória do aparelho.
Agência O Globo