Os investimentos do Governo do Estado no perímetro
irrigado de Ponto Novo garantiram que 145 irrigantes voltassem a produzir
depois de um ano e sete meses sem perspectiva. O perímetro de irrigação ficou
parado porque as famílias estavam sem produzir afetados pela estiagem
prolongada. Nesse período elas se dedicaram à produção de sequeiro.
Para garantir que esses produtores tivessem condição de
voltar a ter um plantio diversificado, foi firmado um convênio por meio do
Pró-Semiárido, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação
Regional (CAR), da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), mediante acordo
de empréstimo entre o Governo da Bahia e o Fundo Internacional de
Desenvolvimento Agrícola (Fida).
O Pró-Semiárido reabilitou as máquinas da
estação de bombeamento de baixa e alta tensão, instalou o fusegate para
aumentar a capacidade de armazenamento de água da barragem, e fornece
assistência técnica continuada para produção de mamona e de outras culturas de
ciclo curto.
“Com o Pró-Semiárido, retomamos as atividades com o
compromisso de os agricultores plantarem um hectare de mamona para que pudessem
formar um fundo e daí continuar as atividades do perímetro irrigado de Ponto
Novo. Agora, a gente já percebe que novos investimentos estão sendo feitos,
comércios estão reabrindo e o agricultor familiar pode voltar a ter uma vida
mais digna. Esse convênio veio num momento bastante oportuno para que nós
pudéssemos voltar às nossas atividades”, explica Eleilson Gama de Oliveira,
gerente executivo do distrito de irrigação de Ponto Novo.
A escolha do plantio da mamona foi feita pelos produtores
e, pensando na boa produtividade e garantia da colheita, o Governo do Estado
contratou um consultor da área e técnicos para fazer o assessoramento dos
produtores.
O consultor Valfredo Vilela, que acompanha o cultivo da
mamona, avalia que o empenho dos produtores está valendo à pena. “O
envolvimento dos agriucltores tem sido muito bom, como poucos conhecem sobre a
cultura da mamona nós tivemos o cuidado de mostrar para eles o que a cultura
requer, que tratamento deve ser dado. Tem sido positivo o resultado que a
gente tem visto em campo com a cultura, tanto assim que muitos deles pleiteiam
aumentar a área no próximo ano, inclusive envolvendo outras variedades”.
Agenor José dos Santos, irrigante é um dos agricultores
que têm lote no perímetro irrigado. Ele conta que já havia trabalhado com a
produção da mamona em sequeiro, mas a nova variedade deu ânimo à produção e, ao
invés de um hectare, ele resolveu investir no plantio de oito hectares da
cultura. “Não Estamos na fase de experimento com a mamona e é um aprendizado,
mas já tenho certeza que prejuízo ela não dá, e o melhor é que nem considero
ela como mamona, eu queria era modificar o nome porque pra gente do perímetro
irrigado de Ponto Novo eu tenho ela [mamona] como sendo a chave que abriu o
cadeado que estava mantendo o perímetro de irrigação fechado. Então, foi com
ela, que nós conseguimos o convênio que bancou os custos da energia que a gente
consome aqui”.
Barragem
Além do apoio à produção de mamona, o Governo do Estado
instalou no vertedouro da barragem que abastece o distrito irrigado de Ponto
Novo, o fusegate, dispositivo de tecnologia francesa, que aumentou a
capacidade do reservatório de água em cerca de 24%, com acréscimo de 9,34
milhões de metros cúbicos de água.
CAR-BA