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Agosto não poderia
ser o mês mais adequado para a representante do Ministério Público da Bahia
(MPBA), Janicleia de Souza Soares. Não fosse pela sua luta incessante, o
assassino do pai dela ainda poderia estar à solta.
O acusado é Adão Gonçalves
da Silva. Ele matou friamente, em Curaçá (norte do Estado), Jaime Barbosa Soares
com um tiro no rosto, abaixo do olho direito. O fato ocorreu em 1996. Desde
então, ele estava foragido da justiça.
À época Janicleia tinha 14 anos. Ela, então, decidiu que
esse crime não ficaria impune e que a memória do seu pai Jaime seria
respeitada. Anos depois ela se formou em Direito e voltou a Curaçá,
habilitando-se como assistente de acusação junto ao MPBA – dessa forma trazendo
mais informações ao processo. Foi assim que descobriu que ainda podia ver o
assassino de seu pai preso, pois a lei estava a seu favor, visto que o crime,
mesmo após 22 anos, não havia prescrito, pois o acusado não teria sido ouvido
pela justiça.
A partir desse detalhe Janicleia iniciou uma batalha
incansável. Com muita perseverança, ela descobriu que o assassino do seu pai vivia
em uma cidade pequena no interior de Goiás, onde foi preso em outubro de 2017 e
trazido para Juazeiro (BA) em setembro de 2018, onde se encontra custodiado no
presídio, à disposição da justiça.
Adão confessou o crime ao ser ouvido em 2017 e será levado
a Júri Popular no próximo dia 27 de agosto, em Curaçá – justamente no mês em
que é celebrado o Dia dos Pais.
Expectativa
Janicleia poderá retomar sua vida, que segundo ela ficou
suspensa por um longo período, quando dedicou seus dias a recolher uma série de
detalhes necessários para que a justiça fosse feita. “Foram longos anos, muito
trabalho, ligações, viagens até a prisão do assassino. Agora é aguardar a
decisão do júri, que conhece bem a nossa luta e o sofrimento causado com a
morte de meu pai. Sinto que agora vou poder levar minha vida normalmente, pois
cumpri minha promessa: fazer justiça à memória de meu pai”, desabafou.
As informações são de Lidiane Souza