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Foto: Reprodução/ TV Bahia |
Andréa
Barbosa dos Santos tem 28 anos e já é mãe de quatro meninos: Eduardo, 13 anos;
Maicon, 9; Micael, 4; e o caçula Michel, de apenas 10 meses. Ela chegou a ter
uma menina, que nasceu prematura e acabou morrendo. Ela lembra sobre o momento
em que recebeu a notícia da nova gravidez.
"Foi
difícil, difícil mesmo. Eu tomei um susto danado. Porque, depois de uma
laqueadura, eu aparecer grávida e ainda ser dois, foi mais difícil ainda",
disse.
Andréa
resolveu fazer a laqueadura depois da última gravidez. No mês passado, ela teve
um mal-estar e descobriu que está grávida novamente. Agora, a família está
apreensiva, porque a última gestação de Andréa foi de risco.
"A
minha gravidez é de risco e a última, que eu fiz a laqueadura, foi mais ainda.
E agora, depois que eu descobri que é de gêmeos, mais um risco ainda. E eu
fiquei mais alegre porque tem tudo para ser duas meninas, porque eu não tenho
nenhuma. Fiquei mais alegre e vou entregar tudo na mão de Deus", contou
Andréa.
A previsão
é de que os bebês nasçam daqui a seis meses. Até agora, a família ainda não tem
o enxoval das meninas. O marido de Andréa, Marcelo da Paixão Ramos, que também
lavrador, falou sobre as dificuldades que a mulher enfrenta.
"Minha
esposa sempre queria ter uma menina. Quando ela teve a menina, veio a falecer.
E Deus deu mais duas, mas só que o problema todo é que a vida dela tá correndo
risco, tanto a dela como a da criança também, aí é meio complicado, meio
difícil. Mas a gente vai superar essa batalha, em nome de Jesus", ponderou.
Outra
preocupação da família é como manter mais duas crianças. A casa da família fica
na zona rural e é bem simples. A geladeira está quase sempre no limite, e o
tempo de Andréa tem sido praticamente exclusivo para cuidar das crianças.
"Tem
horas assim que eu fico até sem palavras, porque a situação é difícil. Estou
sem transporte para trabalhar, tenho que pegar o ônibus da zona rural para
correr atrás do trabalho, fazer um bico hoje e amanhã, e assim nós vamos
vivendo. E aí chega em casa cansado, no outro dia tem que trabalhar de novo e é
o jeito. Fazer o que, se aconteceu?", questionou Marcelo.
Andréa
passou pelo procedimento de laqueadura há menos de um ano, no Hospital da
Mulher, em Feira de Santana. Ela descobriu a gestação, em julho, após sentir
dores e procurar por um médico.
Na
época, a lavradora contou que a médica que fez a laqueadura de trompas garantiu
que ela não teria mais filhos.
"Ela
[médica] falou assim: é, mãe, você não vai parir mais nunca. Ela me deu a
certeza que eu estava 'ligada' e não ia parir mais. Como é que eu ia me
prevenir, tomar remédio? Não podia, se ela me deu a certeza [de que ela não
podia mais engravidar]".
G1/BA