Foto: Divulgação |
Carolina Heringer, da Agência O Globo
A Polícia
Civil tenta recuperar dados do celular e tablet do pastor Anderson do Carmo,
marido da deputada federal Flordelis dos Santos, assassinado a tiros na
madrugada do dia 16 de junho. Agentes da Delegacia de Homicídios (DH) de
Niterói e São Gonçalo querem acessar a conta da vítima na Apple, na qual estão
armazenadas as informações dos aparelhos eletrônicos. O telefone e o tablet
nunca foram encontrados pela polícia.
De acordo
com o depoimento de um dos filhos de Flordelis, o vereador Wagner Andrade
Pimenta, Anderson encontrou uma mensagem no bloco de notas de seu celular com
um pedido para matá-lo. Wagner, conhecido como Misael, contou ainda ter
descoberto que o texto foi enviado por uma de suas irmãs, Marzy, para Lucas. Em
seu depoimento, Marzy confessou ter pedido ao irmão para matar o pastor em
troca de R$ 10 mil. Lucas também confirmou ter recebido o pedido.
À polícia,
Misael relatou ter descoberto que a mensagem enviada a Lucas foi escrita por
Flordelis. Segundo o vereador, Marzy confessou para sua esposa, Luana, que foi
a pastora quem escreveu o texto. A mensagem foi redigida no tablet de Anderson,
mas ficou armazenado também no celular, pois os dois aparelhos eletrônicos
estavam sincronizados com sua conta na Apple.
Misael
afirma que teve acesso ao telefone celular do pai, que estava com o motorista
da mãe, Marcio da Costa Paulo, conhecido como Buba, no dia seguinte ao crime.
No aparelho, conseguiu recuperar a mensagem pelo sistema da Apple, e a
fotografou com seu celular, que foi entregue à polícia. Ainda de acordo com
Misael, Buba lhe relatou que entregaria o celular para Flordelis.
Sobre a
mensagem, Misael contou que Anderson não acreditou que a mensagem havia sido
escrita por alguém da casa. Como a igreja havia sido furtada no ano passado, o
pastor acreditou que o texto fora escrito em um outro tablet dele, levado na
ocasião, e aparecido no novo aparelho pela “nuvem”.
A tentativa
de resgatar informações do telefone e tablet do pastor Anderson faz parte da
segunda fase das investigações do assassinato, que teve início há cerca de duas
semanas. Na primeira fase, dois filhos de Flordelis foram indiciados pelo
crime. A DH investiga agora a participação de outras pessoas no assassinato,
inclusive a própria Flordelis.
Nessa fase
das investigações, a Polícia Civil tenta extrair os dados de 26 telefones
celulares apreendidos com familiares e outras testemunhas do caso. Além disso,
foi solicitado à Justiça a quebra do sigilo de dados dos aparelhos. Com isso,
os investigadores pretendem cruzar dados sobre ligações feitas e localização
dos donos dos aparelhos no momento do crime.
Também são
analisadas as informações gravadas em dois HDs de computadores do Ministério
Flordelis, um deles ficava na sala do pastor Anderson.