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Normalmente,
durante o sexo, o homem goza muito mais rápido do que a mulher. Contudo, a
prevalência de homens que apresentam dificuldade para “chegar lá” é de
aproximadamente 15%. O “não deu” tem nome: ejaculação retardada.
Apesar de
pouco falada, ela pode acontecer com qualquer homem, ao londo da vida inteira
ou apenas em algum momento específico. É o que afirma o urologista Milton
Skaff. “Acreditamos que há uma porcentagem ainda maior de homens, mas que não
procuram tratamento por vergonha ou por gostar de demorar a gozar”. Segundo
ele, essa disfunção sexual pode ter causas tanto psicológicas quanto físicas, e
é possível reverter a situação com tratamento individualizado.
Ao contrário
da ejaculação precoce, a retardada ocorre quando o homem demora muito para
ejacular durante a relação sexual – ou não consegue (problema chamado de
anejaculação). No entanto, a ereção do pênis e desejo sexual existem.
O médico
conta que o tempo médio para que a ejaculação aconteça durante o sexo é em
torno de cinco minutos, mas é possível controlar e prolongar conscientemente
esse tempo. “No caso da ejaculação retardada, entretanto, esse atraso não é
consciente – o homem quer chegar ao orgasmo e não consegue, mas o tempo vai
variar para cada um”, comenta.
O problema
pode não trazer malefícios diretos à saúde, mas pode prejudicar a qualidade de
vida masculina.
“Há um
impacto na autoestima e na autoconfiança, o que pode gerar dificuldades no
relacionamento amoroso”, comenta o urologista.
Ele frisa
que a disfunção sexual pode ser temporária, principalmente quando as causas são
psicológicas. “Ainda assim, é fundamental conversar com o seu médico para
esclarecer e identificar melhor o problema”, aconselha.
Causas psicológicas
Na maioria
das vezes, a deficiência de ejaculação é causada por fatores psicológicos. Um
determinado problema que cause tensão, estresse ou medo no homem é capaz de
interferir no organismo e prejudicar o orgasmo. “Pode ser desde um trauma na
infância que repercute na idade adulta até o medo de engravidar por conta da
relação sexual”, exemplifica o urologista.
Masturbação influencia?
Em alguns casos,
sim. Muitos homens que apresentam ejaculação retardada numa relação sexual não
conseguem ejacular normalmente ao se masturbar. “Há pacientes, principalmente
os mais jovens, que têm preferência por masturbação em vez do ato sexual e não
conseguem sentir prazer suficiente para ejacular durante a relação”, comenta
Milton Skaff.
Segundo o
urologista, este comportamento pode estar muito ligado ao nervosismo e à
ansiedade da relação sexual, da pressão para ter um bom desempenho ou do fato
de ter que chegar ao orgasmo ao mesmo tempo que a outra pessoa.
Também podem
existir situações em que o homem – sobretudo adolescente, que ainda não teve
muita experiência sexual – está acostumado a se masturbar fazendo uma pressão
excessiva com a mão. Na hora da relação sexual, pode ser que a pressão da
penetração vaginal sobre o pênis seja menor do que a realizada com as mãos,
dificultando o estímulo no homem para chegar ao orgasmo e ejacular.
Causas orgânicas
Entre as
causas orgânicas mais comuns, está o uso constante de medicamentos
antidepressivos. “É comum este tipo de medicação causar retardo ou mesmo grande
dificuldade ejaculatória”, esclarece o profissional. O envelhecimento também é
outro fator influente. “Conforme a idade avança, há uma diminuição da
sensibilidade do pênis, afetando a facilidade de atingir um orgasmo”.
Tratamento individualizado
Uma vez
levantadas as causas da ejaculação retardada, o médico deverá fazer um
tratamento específico, com ou sem medicamentos, dependendo dos motivos que
levaram à disfunção. “Geralmente, é preciso fazer um trabalho que vai envolver
diferentes especialidades. Tanto o urologista quanto psicólogo ou
especialidades médicas de alguma doença específica – como um endocrinologista
no caso de diabetes”, comenta Milton.
O terapeuta
sexual também é um ótimo profissional para ajudar a melhorar a relação,
principalmente quando a ejaculação retardada atinge um estado que causa
frustrações para o casal. “Também é preciso trabalhar a autoestima e a
autoconfiança, além de identificar possíveis motivos que causem estresse e
tensão no homem”, complementa o urologista.
Metrópoles DF