São João será apenas daqui há três meses, mas já causa preocupação em
prefeituras do interior da Bahia que dependem da festa para incrementar sua
economia. Por causa da pandemia mundial do novo coronavírus (COVID-19), os
festejos juninos em algumas localidades estão sob ameaça.
De acordo com estudos da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), o pico
da disseminação da doença em território baiano deve acontecer entre o final de
maio e o mês de junho, por isso a cautela deve ser ainda maior durante o
período.
Localizado a 217 km de Salvador, Conceição do Coité, espera a definição
da situação para dar prosseguimento a organização da festa. Na cidade, a
abertura das comemorações acontece geralmente em 5 de junho, tem shows aos
finais de semana até o São João, e só param nos primeiros dias de julho, com a
semana da cultura. O público total chega a cerca de 20 mil pessoas.
De acordo com a secretária de Comunicação e Relações Institucionais do
município, Sara Ramos, o assunto tem tirado o sono dos gestores. “Tivemos
reunião nessa semana com a comissão de organização emergencial para debater
essa questão e quais serão as medidas a serem tomadas. Não estamos pensando em
nada agora além disso. A preocupação é muito grande para evitar que o vírus se
espalhe”, disse.
Ela ainda informa que nenhuma atração foi confirmada e o planejamento
da festa está paralisado. Até o momento da publicação dessa matéria, o
município tinha registrado dois casos suspeitos de Covid-19.
Já em Amargosa, distante 269 km de Salvador, o secretário de
Administração, Finanças e Desenvolvimento Institucional, Joanildo Borges,
afirma que ‘o evento está mantido, mas pode ser revisto mais para frente’.
Segundo ele, o município está em constante diálogo com a Sesab para tomar a
decisão mais acertada.
A festa é uma das mais disputadas do São João na Bahia. Caso não haja
suspensão do evento, serão seis dias atrações, de 19 a 24 de junho. O
investimento será em torno de R$ 3 milhões entre recursos próprios e
patrocínios. A expectativa média de público é de 100 mil pessoas por dia, que
devem injetar R$ 8 milhões na economia local.
“O evento é de grande importância para a economia da cidade, que tem
mais de 38 mil habitantes. Também tem grande apelo cultural, é uma cidade que
respira a tradição junina”, frisa Joanildo, que ainda acrescenta que a grade de
atrações será divulgada em breve.
Em Santo Antônio de Jesus, 190 km da capital baiana, no Recôncavo
baiano, a produção também está adiantada. Segundo a Secretaria de Cultura,
Turismo e Juventude, os festejos Juninos estão mantidos e se encontra na etapa
de tratativas e assinaturas de contrato.
Por lá, na última terça-feira (17), a prefeitura decidiu suspender
qualquer evento com mais de 50 pessoas por 60 dias. A festa está agendada para
acontecer entre 19 e 24 de junho, tendo um dia a mais que a edição de 2019. O
investimento deve girar em torno de R$ 4 milhões, mesmo valor do ano passado.
“Seguiremos todas as orientações dos órgãos competentes para a
realização de eventos de grande porte, agindo com total responsabilidade para
proteger a saúde da população”, diz nota da pasta enviada ao Varela
Notícias.
Varela Notícias