Adriano Machado/Reuters |
O presidente
Jair Bolsonaro anunciou, em live na noite desta terça-feira, 19, que o ministro
interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, vai assinar nesta quarta um novo
protocolo para permitir o uso da cloroquina em pacientes em estágio inicial de
contágio do coronavírus.
Bolsonaro
disse que o documento não obriga ninguém a ser medicado com a substância, mas
dará a liberdade para que ele faça uso do remédio caso julgue necessário.
Atualmente, o protocolo adotado pela pasta prevê o uso da droga somente por
pacientes graves e críticos.
Ao falar
sobre o assunto, o presidente fez piada: “O que é a democracia? Você não quer?
Você não faz. Você não é obrigado a tomar cloroquina. Quem é de direita toma
cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína”, em referência a uma marca de
refrigerante.
O presidente
aproveitou a ocasião para ironizar o governador de Pernambuco, Paulo Câmara,
que foi diagnosticado com a Covid-19. O político do PSB tem criticado a postura
de Bolsonaro diante da crise sanitária. “Eu acho que quem falou que era veneno,
não pode tomar. O governador pode tomar a cloroquina. Pode ser que não precise.
Mas, no seu lugar, eu tomaria”, disse.
Bolsonaro
admitiu que, no futuro, pode ser medicamento seja reconhecido como apenas uma
espécie de placebo no combate à doença. Ele acrescentou, porém, que a
comunidade médica também pode chegar à descoberta de que a substância foi útil
para curar infectados pelo coronavírus. Ainda não há evidências científicas da
eficácia da cloroquina para combater a Covid-19.
A
divergência em torno do uso da cloroquina é apontada como o principal motivo da
saída do oncologista Nelson Teich do comando da Saúde, na semana passada.
Novo ministro
Sobre a
indicação de um novo ministro da Saúde, Bolsonaro disse que não tem pressa e
fez elogios ao interino na pasta, o general Eduardo Pazuello. Segundo o
presidente, Pazuello seguirá no comando da pasta.
“Por
enquanto, deixa lá o general Pazuello, está indo muito bem, uma pessoa
inteligente. É um gestor de primeira linha, graças a ele tivemos a Olimpíada do
Rio de Janeiro. Ele foi o coordenador da Operação Acolhida, do pessoal que vem
da Venezuela”, destacou.
Redação: VEJA