Se nas eleições tradicionais as filas de votação, especialmente nas primeiras horas, são gigantescas, como seriam elas numa eleição em plena pandemia?
O senador Otto Alencar (PSD) até tentou amanteigar o processo propondo uma emenda na PEC do adiamento das eleições que tornava o voto facultativo para os acima de 60 anos, proposta rejeitada:
– É claro que muita gente vai pular fora. Vai ser bem mais tranquilo pagar a multa da Justiça Eleitoral (R$ 3,50).
E o projeto que adia as eleições, a ser votado hoje no Senado, passa?
– No Senado, sim. Na Câmara, não.
Ou seja, a tendência é, já que teremos eleições com pandemia, que seja logo em outubro, como previsto.
Caso da França — Em torno de 60 países vão realizar algum tipo de eleição este ano. 47 já adiaram, 13 mantiveram. Até agora, a única experiência foi na França. Realizou o primeiro turno das eleições municipais em 16 de março, com o segundo no dia 22 seguinte. Só vai acontecer agora, dia 28.
O primeiro turno foi um fiasco: 56%, a grande maioria dos eleitores franceses, pularam fora. O segundo turno vai acontecer agora, quando o país está cheio de cautelas com apenas duas semanas que saiu do isolamento obrigatório. E no Brasil, qual será o cenário da votação? Sabe lá Deus.
Certo é que não dá para casar o fique em casa com o vá votar. Na França, não deu.
Uma luz no fim do túnel
Fábio Vilas-Boas, secretário da Saúde do estado, iniciou a semana ontem com uma boa notícia: o número de curados passou a ser maior do que o de infectados.
– Se as coisas evoluírem como estão indo, a próxima fase é a de mais curados do que novos casos. E a partir daí entra em decréscimo.
Sim, mas, ainda que isso aconteça, dá para segurar com o resto do país flexibilizando? Eis a questão: o problema é nacional, mas não parece.
Por Levi Vasconcelos