A Nasa, agência espacial norte-americana, tem como uma de
suas missões monitorar os NEAs, ou near Earth asteroids (asteroides
próximos da Terra). O objetivo é descobrir com antecedência se alguma dessas
rochas espaciais está em uma trajetória de colisão com o Planeta Azul. Pois,
nesta semana, a Nasa anunciou que flagrou a maior aproximação feita por um NEA
desde que começou esse monitoramento.
O asteroide que passou raspando na Terra, a uma velocidade
de 12,3 quilômetros por segundo, recebeu o nome de 2020 QG. No domingo passado
(16/8), à 1h08 no horário de Brasília, a rocha ficou a apenas 2.950km da
superfície terrestre, sobre o sul do Oceano Índico. Segundo um comunicado
emitido pela Nasa em seu site, o asteroide 2020 QG "bateu o recorde e se
aproximou mais da Terra que nenhum outro NEA conhecido".
Capacidade de destruição baixa
A Nasa só notou o asteroide quando ele já passava perto de
nós. Mas, para acalmar aqueles que temem uma colisão desse tipo, a agência
informou que o asteroide tem entre 3m e 6m de comprimento, sendo do tamanho
aproximado de um carro tipo SUV. "Se estivesse em uma trajetória de
impacto, ele provavelmente se tornaria uma bola de fogo ao se partir na
atmosfera terrestre, o que acontece várias vezes por ano", afirmou.
Em outras palavras, se batesse na Terra, o 2020 QG não
provocaria uma explosão como a
que acelerou a extinção dos dinossauros. No entanto, se explodisse sobre
uma área urbana, poderia quebrar janelas e ferir pessoas. Um caso muito
conhecido de acidentes desse tipo é o do meteoro que explodiu
sobre a cidade russa de Chebarkul. A rocha era pelo menos três vezes maior
que o 2020 QG e deixou, com a explosão, quase mil pessoas feridas.
A Nasa tem a missão de identificar os NEAS com mais de 140m
de diâmetro, que impõem uma ameaça maior à humanidade. Já asteroides menores
que isso são muito difíceis de identificar antes de eles se aproximarem da
Terra. Por esse motivo, a observação só costuma ocorrer quando a rocha já está
bem perto. Em 2019, por exemplo, astrônomos
brasileiros identificaram um asteroide com potencial para destruir uma cidade com
apenas 24 horas de antecedência de sua aproximação máxima da Terra.
Correio Brasiliense