Um cachorrinho, chamado Boby, vive há quase 3 anos na porta do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador. Ele chegou na unidade após o dono, um homem que vivia em situação de rua, ser atendido na emergência do hospital. Ele morreu.
De acordo com os funcionários, Boby apareceu no hospital no final de 2017. Assim que a ambulância chegou, o cachorrinho veio atrás. Mesmo sem reencontrar o dono, ele não saiu mais da frente da unidade de saúde e, por isso, virou mascote do local.
“Ele só não gosta de banho, a gente tentou e ele se feriu todo mordendo a corrente para se sair. Nunca mais foi na manutenção ver a gente, depois do banho [risos]”, disse André Lopes, auxiliar de manutenção.
Os funcionários contaram que, quando Boby não come um alimento que recebe imediatamente, prefere esconder em algum lugar seguro, como se lembrasse dos hábitos do velho amigo. O comerciante Aldair Ramos trabalha há 16 anos vendendo lanches no hospital e conheceu a história de perto.
“Boby chegou com acompanhante, comoveu muita gente aqui no hospital, ficou quieto na porta da emergência. Ele se acomodou, ficava deitado, voltava, foi um dia, dois dias e até hoje Boby está aqui, acho que na esperança do dono aparecer”, contou Aldair.
Recentemente, o hospital foi ampliado e a unidade II foi inaugurada. Durante as obras, Boby também não saiu do local, deixando marcas das patas na calçada.
A auxiliar de enfermagem Marisa Alves contou que nem o governador do estado, Rui Costa, escapou dos olhares do cachorrinho. Boby acompanhou a entrega da unidade de saúde e chegou a latir para comitiva.
“Ele ficou aqui na praça de alimentação, o governador veio, olhou toda a praça com o pessoal e ele [Boby] atrás. Eu falei: ‘olha a imponência de boby, personalidade importante’. Ele parecendo que era um fiscal da obra, autoridade máxima”, contou Marisa.
A espera do cãozinho pelo dono gera dúvidas nos funcionários do hospital, como ter explicações sobre memória afetiva e o comportamento de Boby que ainda espera pelo amigo.
“Memorização quando ele entrou no hospital e é normal uma pessoa entrar e sair, por isso ele está esperando até hoje. A fidelidade do dono, era a única pessoa que ele tinha, morador de rua. Devido à fidelidade que tinha, ele está ali até hoje esperando e tem a certeza que o dono vai sair”, explicou Luciano Mutiriba, médico veterinário.
G1/BA
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