Após meses de combate à pandemia de
Covid-19 , o Brasil começa a ter um número maior de pessoas recuperadas. Porém,
segundo especialistas, o novo coronavírus (Sars-coV-2) pode provocar uma
fibrose pulmonar “atípica”, que pode aparecer também em pessoas que nem foram hospitalizadas.
“Essa fibrose pode aparecer meses após a infecção e
se associa a uma patologia que altera os vasos sanguíneos em torno dos
alvéolos, modificando a função cardíaca. Esta é uma grande preocupação dos
pneumologistas franceses”, diz o especialista francês Nicolas Girard, do
Instituto do Tórax do hospital parisiense Montsouris.
O medo da comunidade científica é que
essa “nova doença” demore para ser diagnosticada nos
pacientes que não foram internados e por isso não passaram por exames mais
aprofundados.
“A Covid-19 pode atingir o pulmão de diferentes
maneiras”, observa o médico francês. “Na prática, se há sintomas respiratórios
persistentes, os pacientes devem consultar o médico e ter o acompanhamento de
um pneumologista”, acrescentou ele em entrevista à RFI.
O conselho do médico, em casos de sintomas
persistentes, é buscar ajuda especializada. O profissional então constatará,
com a ajuda de um pequeno equipamento colocado no dedo, se falta oxigênio no
sangue. Também são necessários testes respiratórios para verificar a capacidade
pulmonar.
O aparecimento da fibrose pulmonar , diz o
pneumologista, pode ocorrer após vários meses, provocando a presença de excesso
de tecido fibroso nas paredes pulmonares e uma insuficiência respiratória
permanente. A doença é incurável,
mas existem medicamentos que
desaceleram sua evolução. Essas sequelas são mais comuns nos doentes que foram
entubados, mas pacientes que não foram hospitalizados também correm o risco
desenvolvê-la.