Um estudo feito
pela universidade King’s College London sugere que mulheres que tomam pílula
anticoncepcional têm menos probabilidade de desenvolver Covid-19 grave; isso
porque o estrogênio, presente no medicamento, desempenha um papel fundamental
na proteção contra o novo coronavírus.
Para chegar a essa
conclusão, dados de mais de meio milhão de mulheres coletados pelo aplicativo
Covid Symptom Study foram utilizados. O app, também de iniciativa da
universidade britânica, foi desenvolvido para rastrear condições de pessoas
diagnosticadas com a doença.
Os resultados
mostraram que mulheres que tomavam pílula anticoncepcional oral combinada
tinham, em média, um risco 13% menor de desenvolver sintomas graves, enquanto
mulheres que já atravessaram a menopausa apresentavam um risco 22% maior do que
aquelas na pré-menopausa. Sintomas como perda de olfato, febre e tosse
persistente também eram mais comuns naquelas com idade entre 45 e 50 anos.
“Nós supúnhamos que
mulheres na pré-menopausa, com níveis mais altos de estrogênio, teriam Covid-19
menos grave quando comparadas a mulheres da mesma idade e IMC [índice de
massa corporal] que passaram pela menopausa, e nossas descobertas
confirmaram isso. Além disso, quando comparamos um grupo mais jovem de mulheres
que usavam de pílula anticoncepcional combinada com um grupo semelhante que não
tomava o medicamento, as mulheres do primeiro grupo tinham Covid-19 menos
grave, sugerindo que os hormônios presente na pílula podem oferecer alguma
proteção contra a Covid-19″, disse Karla Lee, que co-liderou o novo estudo,
ao The Telegraph.
Hipóteses
Com os dados,
pesquisadores estabeleceram uma relação entre o hormônio e uma resposta
imunológica mais vigorosa.
Uma hipótese é que
o estrogênio provoca um aumento da quantidade de células imunes produzidas e
induz essas células a responderem a infecção com mais eficiência.
Isso explicaria não
só porque mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais combatem melhor a
doença, uma vez que o medicamento possui altos níveis do hormônio, mas também porque
homens são os mais afetados pela doença.
No Brasil, por
exemplo, 58,2% das vítimas fatais são do sexo masculino; mas ambos os
sexos são infectados, praticamente, na mesma proporção.
Como divulgou a
VEJA, estudos anteriores já haviam mostrado o potencial protetivo do
estrogênio em infecções causadas por outros vírus respiratórios graves, como
Sars e Mers. No entanto, a pesquisa do King’s College é a primeira a
estabelecer o vínculo com a Covid-19.
Com informações da VEJA.