Um menino de 13 anos morreu depois que contraiu uma ameba comedora de cérebro, durante um acampamento na Flórida, nos Estados Unidos, no mês passado. Tanner Lake Wall, que morava na cidade de Palatka, também no estado, passava férias no local, onde há um parque aquático e um lago, antes de adoecer repentinamente dias depois, de acordo com seus pais, em entrevista ao canal de TV local "WJXT". O protozoário é reproduzido justamente em lagos. O garoto chegou a ser atendido no hospital, mas não resistiu e faleceu.
A mãe disse que o adolescente era muito ativo e amava o ar livre. Os sintomas iniciais de Wall incluíram náuseas, vômitos, rigidez de nuca e fortes dores de cabeça. Os pais de Wall o levaram a um hospital em Gainesville, na Flórida, onde os médicos colocaram o adolescente em um respirador e deram à família um triste diagnóstico. Wall foi retirado do respirador no dia 2 de agosto, após não apresentar atividade cerebral.
"Ele era apenas uma pessoa que você sempre iria querer estar perto. Os médicos nos disseram: 'Ele tem uma ameba parasita e não há cura", disse o pai do menino, Travis Wall, ao canal "CBS News".
Os pais do adolescente esperam que sua trágica história alerte outras famílias sobre os perigos dessa infecção potencialmente mortal.
"Esperamos que os pais fiquem cientes de que talvez não tenham pensado nisso (risco de morte), porque posso dizer que não estávamos pensando. Nós crescemos nadando em lagoas e riachos e coisas assim", afirmou o pai.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), as infecções por Naegleria fowleri são raras. Entre 2009 e 2018, houve 34 infecções relatadas nos EUA. Na maioria dos casos, observa o CDC, as pessoas foram infectadas em água recreativa, enquanto três foram infectadas após realizar irrigação nasal com água contaminada da torneira. Uma pessoa foi infectada por água de torneira contaminada usada em uma lâmina deslizante de quintal.
O que é a ameba comedora de cérebro?
A Naegleria fowleri, também conhecida como "ameba comedora de cérebro", pode causar infecção do cérebro chamada meningoencefalite amebiana primária. O Instituto de Física de São Carlos, unidade da Universidade de São Paulo (USP), disponibilizou um artigo para explicar a e infecção provocada pela ameba microscópica unicelular.
Embora rara, esta ameba é encontrada em águas mornas, como lagos, rios, canais e piscinas públicas, entre outros locais, utilizando esses meios aquáticos para se infiltrar no nariz e causando infecções graves no cérebro.
Sintomas como febre, náuseas, vômitos, rigidez da nuca e dores de cabeça podem levar as pessoas contaminadas por esta ameba a pensarem, erradamente, que se trata de um simples resfriado, mas, de fato, pode não ser isso. A maioria das pessoas infetadas morre em até uma semana, atendendo a que não existe ainda tratamento para os danos que essa ameba causa no tecido cerebral.
O Extra