Ary Pereira segura arma durante manifestação do MST | Foto: Salvio Oliveira/MST |
Nomeado
secretário de Segurança Pública interino após a exoneração de Maurício Barbosa,
Ary Pereira de Oliveira protagonizou um episódio controverso em 2013.
Na época
subsecretário da pasta, ele disparou tiros contra uma manifestação de
integrantes do Movimento dos Sem-Terra que tentaram ocupar a sede da pasta, no
Centro Administrativo da Bahia (CAB). Eles cobravam ao governo estadual
agilidade nas investigações sobre a morte de um integrante do movimento no
município de Iguaí.
Na ocasião,
a assessoria da SSP declarou que os tiros foram feitos para conter o grupo, que
já estava dentro do prédio e acessava a escada para o primeiro andar. Ninguém
ficou ferido. Imagens feitas pelo MST mostram Ary com uma arma na mão, apontada
em direção aos manifestantes.
A atitude
gerou críticas até de petistas ao então governador Jaques Wagner (PT). A
ex-deputada estadual Luiza Maia, por exemplo, chegou a pedir que Ary fosse
demitido do cargo. “Exijo do senhor governador Jaques Wagner a exoneração
imediata desse subsecretário”, afirmou a petista à época.
O ato, no
entanto, recebeu apoio do próprio Wagner e de Barbosa. O ex-governador defendeu
o subordinado e classificou o protesto do MST como um “exagero”. Para ele, os
disparos foram para impedir que “algo muito pior acontecesse”, neste caso, a
ocupação da SSP. “As pessoas não podem confundir democracia com baderna. […]
Não é razoável que a sede da Segurança Pública ou de qualquer outra secretaria
seja invadida por uma porção de gente com foice, facão, enxada”, declarou, em
entrevista a uma rádio local.
“(O tiro) foi para intimidar e não se (deixar)
concluir o processo de ocupação e invasão no prédio da Secretaria de Segurança
Pública. Daqui a pouco, um integrante do movimento ia estar sentado na cadeira
do secretário. Só me faltava essa”, reforçou.
Para
Barbosa, a decisão de atirar foi acertada. “Tínhamos servidores, policiais,
armamento, documentos, sistemas informatizados… Não pode um prédio desse ser
tomado. É um desrespeito ao órgão e a quem sempre tratou os movimentos muito
bem. Se tinham alguma dúvida, que solicitassem audiência e nós íamos atender de
pronto. Até porque temos um grupo formado para investigar crimes no campo”,
argumentou Barbosa, em entrevista ao Bahia Notícias naquela ocasião, ao
complementar que os sem-terra “agiram de forma desproporcional”.
Redação: Bahia Notícias