Diante de forte pressão para que o Governo Federal retome com os pagamentos do Auxílio Emergencial, tanto o presidente Bolsonaro quanto o ministro da Economia, Paulo Guedes não parecem que vão ceder tão facilmente a uma nova rodada de pagamentos.
Tanto para Bolsonaro quanto para Paulo Guedes uma nova rodada de pagamentos que supere o Orçamento Federal poderá quebrar o país. A responsabilidade fiscal permanece, contudo o governo possui algumas estratégias antes que possa ceder a uma nova liberação.
Estratégias do Governo
De acordo com entrevista do Ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni à Rádio Bandeirantes, o novo Bolsa Família já está pronto, o mesmo deve ser lançado já esta semana. Para especialistas políticos, a liberação do Bolsa Família dará mais folego para que o Governo consiga estudar a viabilidade do retorno do Auxílio Emergencial.
Além do novo Bolsa Família, o governo ainda tem algumas cartas nas mangas, como a antecipação do 13º salário para segurados do INSS, a possibilidade de antecipação do abono salarial PIS/Pasep, bem como uma nova rodada do saque emergencial do FGTS.
Além disso com a projeção da eleição do deputado Arthur Lira a Câmara dos Deputados, bem como do senador Rodrigo Pacheco para a cadeira do Senado, o Congresso ficará nas mãos de deputados e senadores ligados ao Planalto, a partir desta projeção é bem improvável que o auxílio emergencial possa ser pautado mais uma vez.
Recente publicação do portal R7 ainda explicou que o Governo pretende permanecer com o Orçamento para que possa manter o ministro, Paulo Guedes frente a cadeira do ministério da Economia. De acordo com advogado especialista em direito constitucional e analista político, Acácio Miranda, ao R7 “Eu acho que hoje a perspectiva responsável, da responsabilidade fiscal, do Guedes, prevalece dentro do governo, inclusive em determinados momentos ele disse que pediria para sair do governo se fosse retomado o auxílio”.
“Na verdade, Guedes não disse que sairia caso fosse retomado o auxílio, mas fontes próximas do governo apontavam que o ministro dava sinais de que sairia do cargo se o teto de gastos não fosse respeitado e o ajuste fiscal abandonado neste ano. Guedes, no entanto, logo tratou de afastar as especulações e confirmou sua permanência no governo”.
Retorno do Auxílio é opção mais fácil
Com o cenário atual de extrema incertezas com o agravamento da crise provocada pela pandemia de covid-19, com atraso nas vacinas, colapso dos sistemas de saúde do Amazonas somado à crescente taxa de desemprego e à iminência de novos postos de trabalho sendo fechados, o Auxílio Emergencial seria mais fácil do que pensar no desenvolvimento de novos programas para este cenário.
Diversas propostas de benefício para o período de pandemia estão sendo criados, contudo, o auxílio emergencial é o mais fácil de ser mantido, isso ocorre porque o mesmo foi instaurado a partir do decreto que estabelece a situação emergencial em todo o país devido a pandemia.
Bolsonaro é contra
O presidente Jair Bolsonaro negou novamente o retorno do Auxílio Emergencial em live nas suas redes sociais na última quinta-feira, 28 de janeiro. Para Bolsonaro a medida vai quebrar o país.
“Lamento, o pessoal quer que continue (o auxílio), vai quebrar o Brasil. Vem inflação, descontrole da economia, vem um desastre e todo mundo vai pagar caríssimo. Temos que trabalhar”, disse. Por fim, Bolsonaro também voltou a citar que a capacidade de endividamento do país “chegou ao limite”.
Jornal Contábil