Kawe: quem é o rapper do hit 'MDS', que junta o trap dos EUA com o funk da Zona Leste de SP

Foto: Divulgação / Ernesto Andrade
 

O clipe de "MDS", uma das músicas mais tocadas no Brasil nos últimos meses, mostra Kawe Cordeiro dos Santos, 21 anos, passeando de lancha, tranquilo. Mas ele não teve vida fácil. O MC da Zona Leste de São Paulo não apenas batalhou - ele teve que criar sua própria batalha de rap.

Kawe começou como cantor de funk em São Mateus, mas a empreitada no mercado saturado do funk não deu muito certo. Fo quando ele se interessou pelo rap. O músico se encantou pelas batalhas de rimas, mas não havia uma acessível perto de sua casa.

O jovem Kawe criou sua disputa de MCs. "Comecei a ver pela internet, só que não tinha ali onde eu morava. Comecei a fazer, se chamava Batalha da Praça, na pracinha da minha rua. Daí para frente foi só progresso. Conheci outras batalhas várias depois", ele conta.

Quando ele conseguiu crescer na cena de novos rappers de São Paulo, Kawe conheceu nas batalhas aliados que também ficariam famosos ao sair dessa cena, como Lucas Penteado, do "BBB21" e o Salvador da Rima.

As bases das músicas de Kawe são de trap, subgênero do rap nascido em Atlanta, no sul dos EUA. Mas ele fala a língua de Sâo Mateus mesmo. Seus versos conversam com o funk, em especial a nova onda "consciente". Lele JP, parceiro em "MDS", faz parte dessa geração.


Kawe — Foto: Ernesto Andrade / Divulgação

Kawe achou lugar comum entre as letras de autoelogio do trap e as histórias de superação do funk, como em outro hit, "Iluminado". "Como a gente veio de um lugar em que era difícil ter alguma coisa, conseguimos passar uma mensagem que o público absorve como se fosse parte da vida dele", diz.

Mas ele não fala só de superação. As drogas são um tema central no trap dos EUA - seja por escapismo ou por diversão mesmo. E elas também aparecem nas letras do Kawe, o que é óbvio em "MDS".

"Tem que ter um cuidado", ele diz sobre abordar o tema nas letras. "Não é para induzir alguém a fazer uma parada, mas é para dar uma 'vibe' diferenciada. Aí vai da pessoa", ele relativiza.

Curiosamente, os versos misturam hedonismo e fé em Deus. "Hoje em dia não bebo, nem fumo, nem faço nada. Eu não falo só o que eu estou vivendo no momento, mas coisa que eu já passei. Acho que é importante falar o que já passou também. As experiências na vida", Kawe reflete.

 

Por G1/BA

Por Rodrigo Ortega


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