A pandemia da
Covid-19 agravou a crise enfrentada por empresas de transporte intermunicipal
da Bahia. A Associação das Empresas de Transportes Coletivo Rodoviario do
Estado da Bahia (Abemtro) aponta como um dos problemas enfrentados o transporte
clandestino e reclama da atuação da Agerba na fiscalização dessa prática.
A associação classifica a situação atual como “sem precedentes”. Segundo a entidade, o setor chegou a ficar seis meses seguidos sem operar no estado.
A Abemtro ressalta que um Termo de Ajustamento de Conduta
(TAC), celebrado entre as empresas, através da associação, a Agerba e o
Ministério Público da Bahia em 2015, descrevia obrigações a serem cumpridas por
cada uma das partes.
Segundo a entidade, o documento renovou as concessões e
permissões de exploração por sete anos e previa que nesse período as empresas
deveriam renovar frota, investir em instalações e tecnologia como telemetria e
informatização de vendas de passagens.
Já a Agerba, deveria contratar mais fiscais para combater
o transporte clandestino e autorizar os aumentos tarifários anualmente,
corrigindo os aumentos de custo, como mão de obra e combustíveis.
“As empresas cumpriram o cronograma até o início da
pandemia, em março de 2020, e a Agerba nada cumpriu”, diz nota divulgada pela
Associação.
Os empresários do setor afirmam que o órgão estadual “não
combateu o transporte clandestino e os aumentos de tarifa, além de muito
atrasados foram abaixo dos índices calculados pela própria Agerba”.
“Isso acarretou um prejuízo enorme ao segmento de
transportes no decorrer desses anos, agravando a crise ainda mais com a
pandemia, onde as empresas foram totalmente proibidas de operar nos seis
primeiros meses, mais uma vez privilegiando o livre trânsito do transporte
clandestino”, diz a nota dos empresários.
“O setor de transportes vive seu pior momento. As
empresas estão sem conseguir honrar seus compromissos, até mesmo com a folha de
pagamento, por tudo mencionado acima, somado a um aumento abusivo nos preços
dos combustíveis desde o começo desse ano”, pontua a nota.
Bahia Notícias