Os parlamentares que representam a Bahia no Senado são contra a abertura da "CPI da Covid" neste momento. Eles defendem a investigação sobre responsabilidade de agentes públicos durante a pandemia do coronavírus, mas quando os índices sanitários estiverem reduzidos.
"Deve ser instalada, deve eleger o presidente, relator, mas não acredito que vai dar seguimento, porque ninguém vai poder obrigar uma pessoa que for intimada a depor. Se ela não estiver imunizada, ela não vai participar. A pessoa pode argumentar que está seguindo a determinação das organizações de saúde", avaliou o senador Angelo Coronel (PSD), em entrevista ao BNews.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu nesta terça-feira (13), unir o requerimento das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) apresentados pelos senadores Eduardo Girão (Podemos-CE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A comissão vai investigar, além do governo federal, o uso de recursos da União repassados a estados e municípios. A abertura foi feita após ordem do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Não vejo como instalar isso com a pandemia. Já morreu três senadores. Semana passada morreu o assessor de [José] Serra (PSDB-SP). O que eu defendo é a vida. Como vai fazer sessão presencial com covid-19? Será que esqueceram que Major Olímpio morreu, Haroldo Lima?", indagou Otto Alencar (PSD).
O senador Jaques Wagner (PT) não foi localizado pela reportagem para comentar o tema. Porém, ele já se posicionou contra a abertura da CPI neste momento.
"Não sou contra a CPI. Só considero seu momento inadequado. Mas isso já está superado. O STF determinou e a comissão será instalada na próxima semana. E, obviamente, não irei me opor ao seu funcionamento", escreveu no Twitter, no último dia 11.
Dos três senadores que representam a Bahia, apenas Otto assinou uma das listas, que previa a investigação principalmente do governo federal.
BNews