![]() |
Foto: Reprodução/TV Globo |
O Instituto Butantan entrega
mais 1,1 milhão de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde nesta sexta-feira
(14) e suspende completamente a produção da vacina contra a Covid-19 por falta
de matéria-prima.
O Instituto aguarda a
liberação pelo governo chinês de um lote com 10 mil litros de Ingrediente
Farmacêutico Ativo (IFA), o equivalente a 18 milhões de doses, para retomar a
produção.
"A boa notícia é que
temos a entrega de mais de mais 1,1 milhão doses da vacina. A má notícia é que
a partir de hoje o Instituto Butantan não pode processar novas vacinas",
disse o governador João Doria (PSDB), em coletiva de imprensa na sede do
Instituto nesta manhã.
Doria esteve no local
acompanhado do secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, e do diretor do
Butantan, Dimas Covas.
Pelo menos 15 estados do país
já suspenderam a aplicação da primeira ou da segunda dose do imunizante por
falta de vacina.
No final de abril, o Instituto
já havia suspendido o envase do imunizante na fábrica do Brasil, mas os setores
de rotulagem e controle de qualidade ainda funcionavam para entregar as últimas
doses para o Ministério da Saúde.
O Butantan é parceiro do laboratório
chinês Sinovac, e responsável pela última etapa de produção da vacina no
Brasil, que consiste no envase, na rotulagem e no controle de qualidade das
doses.
Com a entrega desta sexta para
o governo federal, não há mais material para processamento em nenhuma etapa de
produção.
De acordo com o Butantan, até
a chegada de novos lotes do IFA, os setores assumem a produção da vacina da
gripe.
O Butantan aguardava a
liberação de ao menos 3 mil litros de IFA até o sábado (15). No entanto, o
diretor do Instituto, Dimas Covas, afirmou em coletiva de imprensa nesta quarta
(12) que não há mais previsão de quando a matéria-prima deve chegar.
Não temos data neste momento
para essa autorização. Estamos aguardando, isso pode acontecer a qualquer
momento, mas por enquanto não há essa previsão", disse Dimas Covas.
O governo de São Paulo tem
participado de reuniões com o embaixador do Brasil na China para tentar
viabilizar a autorização para a exportação dos insumos da vacina.
Doria atribui os entraves na
importação às constantes declarações contra a China feitas pelo presidente Jair
Bolsonaro (sem partido).
A China é fornecedora de
matéria-prima para a produção tanto da CoronaVac, do Instituto Butantan, como
da vacina de Oxford, produzida pela Fiocruz.
Nesta sexta (14), a Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou a chegada, no próximo dia 22, de mais uma
remessa de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Outra carga de IFA segue
prevista para o dia 29.
A CoronaVac corresponde a
aproximadamente 75% das vacinas contra a Covid aplicadas no Programa Nacional
de Imunização (PNI).
No estado de São Paulo, ao
menos 65 cidades já interoperam a aplicação da segunda dose por falta da
CoronaVac, segundo levantamento da GloboNews.
Por
G1 SP — São Paulo