De acordo
com o delegado Roberto Leal, em entrevista à TV Subaé, no depoimento ocorrido
na quarta (2) em Feira de Santana, Geraldo Freitas disse que um familiar dele,
que seria ligado a uma religião esotérica, teve um sonho, onde Geraldo era
morto por duas pessoas, uma delas vestindo uma camisa de um time de futebol.
Ainda de acordo com o depoimento, Geraldo teria acreditado no sonho e no dia em
que encontrou Andrade para cometer o crime, o amigo vestia a mesma camisa
citada no sonho. O depoimento do acusado durou cerca de 7h.
"Inicialmente
ele relatou que era amigo de Andrade e não tinha nenhum tipo de desentendimento
com ele e que tudo aconteceu porque no dia do fato, um familiar dele, que é
ligado a uma religião esotérica, teria tido uma premonição de que ele seria
morto por duas pessoas. Essa pessoa descreveu o sonho, a roupa que seria usada
para imobilizá-lo e ele informou que estava vestido com essa roupa no dia 24 e
por isso ele acreditou nesse sonho premonitório. A pessoa descrevia que eram
dois homens altos e magros e ele ficou pensando nisso o dia todo”, disse o
delegado.
Ao Acorda
Cidade, o delegado detalhou que Geraldo alega que, no dia do crime, teve acesso
ao celular de Andrade ao chegar no Rio Jacuípe, para passear de moto aquática.
Neste momento, Geraldo teria percebido uma conversa entre Andrade e um homem
que seria um desafeto (de Geraldo). A suspeita do envolvimento de Andrade com
um suposto rival de Geraldo teria motivado o crime, já que segundo o acusado, o
sonho do familiar falava que ele seria morto por duas pessoas.
Geraldo
ainda deu a entender que o disparo que matou Andrade teria sido acidental e que
ele teria tentado socorrer o amigo, mas que o corpo teria se desprendido e
afundado.
“Ele lembrou-se do sonho premonitório e passou
a desconfiar de que Andrade poderia estar armando a morte dele. Saíram os dois
para o rio, Andrade pilotava a moto aquática. Em determinado momento, ele sacou
a arma e a colocou na cabeça de Andrade. Em seguida pediu o celular para
confirmar as suspeitas dele. Em determinado momento, ele relatou que houve esse
disparo em virtude de um movimento brusco e depois do tiro Andrade acabou
caindo no rio. Segundo Geraldo, ele tentou dar socorro a Andrade amarrando a
corda e a âncora no corpo dele para levar para a beira do rio. Contudo, o corpo
se desprendeu e afundou no rio. Essa foi a versão apresentada pelo acusado.
Esse sonho foi o motivador da suspeita dele de que Andrade e um desafeto dele
estivessem planejando a morte do mesmo”, disse o delegado Roberto Leal.
Ainda
segundo o delegado, em relação à venda da moto aquática, o acusado é que
planejava comprar o veículo, e não Andrade, como chegou a ser informado
anteriormente. Já em relação à arma, o delegado afirmou que Andrade estava se
habilitando para comprá-la como atirador. E que de acordo com o depoimento de
Geraldo, a arma foi dividida em quatro prestações e seria quitada quando a
habilitação estivesse finalizada, quando a arma de Geraldo seria transferida
para a vítima.
A esposa de
Geraldo Freitas de Carvalho será ouvida pela polícia, que também já agendou o
depoimento de outras pessoas para aprofundar as investigações e confrontar as
informações prestadas por Geraldo. “Principalmente em relação a essa motivação,
entender essa rixa entre o acusado e o desafeto, verificar os fatos, se são
verdadeiros ou não", disse o delegado.
Fonte: Correio 24h