Além de
confessar ter sido o autor da morte do médico psiquiatra Andrade Santana Lopes,
32 anos, o “amigo” e colega de profissão da vítima, Geraldo Freitas de Carvalho
Júnior, preso no Conjunto Penal de Feira de Santana, alegou que um ‘sonho
premonitório’ o fez a desconfiar de Andrade, o que teria levado ao assassinato.
O acusado
prestou depoimento, na última quarta-feira (2), e revelou aos policiais
detalhes de como tudo aconteceu no dia do crime, ocorrido no dia 24 de maio.
“Essa oitiva
foi solicitada pelos defensores e pelo próprio investigado. Ele participou de
um interrogatório muito extenso, que durou cerca de 7 horas. Inicialmente ele
relatou que era amigo de Andrade e não tinha nenhum tipo de desentendimento com
ele e que tudo aconteceu porque no dia do fato, um familiar dele, que é ligado
a uma religião esotérica, teria tido uma premonição de que ele seria morto por
duas pessoas. Essa pessoa descreveu o sonho, a roupa que seria usada para
imobilizá-lo e ele informa que estava vestido com essa roupa no dia 24 e por
isso ele acreditou nesse sonho premonitório. A pessoa descrevia que eram dois
homens altos e magros e ele ficou pensando nisso o dia todo”, relatou o
delegado Roberto Leal, coordenador de Polícia Civil que está à frente das
investigações.
De acordo
com o delegado, Geraldo Freitas afirmou que não tinha nenhuma intenção de tirar
a vida de Andrade, mas ao chegar ao encontro do amigo no Rio Jacuípe, para
passear de moto aquática, acabou tendo acesso ao celular da vítima e percebeu
uma conversa com um desafeto dele.
“Ele
lembrou-se do sonho premonitório e passou a desconfiar de que Andrade poderia
estar armando a morte dele. Saíram os dois para o rio, Andrade pilotava a moto
aquática. Em determinado momento, ele sacou a arma e colocou na cabeça de
Andrade. Em seguida pediu o celular para confirmar as suspeitas dele. Em
determinado momento, ele relatou que houve esse disparo em virtude de um
movimento brusco e depois do tiro Andrade acabou caindo no rio. Segundo
Geraldo, ele tentou dar socorro a Andrade amarrando a corda e a âncora no corpo
dele para levar para a beira do rio. Contudo, o corpo se desprendeu e afundou
no rio. Essa foi a versão apresentada pelo acusado. Esse sonho foi o motivador
da suspeita dele de que Andrade e um desafeto dele estivessem planejando a
morte do mesmo”, informou Roberto Leal.
Ainda
conforme o delegado de polícia, o investigado alegou que não participa de
nenhuma religião esotérica, mas que o parente é envolvido em determinada religião,
e que ele conhece essa pessoa e confia muito nos preceitos que ela apresenta,
por isso acreditou no sonho premonitório e que isso poderia acontecer com ele.
Em relação à
versão sobre a venda da moto aquática, o delegado esclareceu que o acusado é que
estava planejando comprar o veículo. Já com relação à arma, Andrade estava se
habilitando para comprá-la como atirador. Segundo Geraldo, a arma foi dividida
em quatro prestações e seria quitada quando a habilitação estivesse finalizada,
quando a arma de Geraldo fosse transferida para a vítima.
O delegado
Roberto Leal disse também que, além da esposa do médico Geraldo Freitas de
Carvalho, a polícia está ouvindo outras pessoas, que estão agendadas, para
aprofundar as investigações, porque várias informações foram prestadas pelo
investigado e elas precisam ser indagadas. “Principalmente em relação a essa
motivação, entender essa rixa entre o acusado e o desafeto, verificar os fatos,
se são verdadeiros ou não.”
Fonte: Acorda Cidade