Em depoimento na CPI da Pandemia nesta terça-feira (8), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, discutiu com o senador e membro da Comissão, Otto Alencar (PSD-BA). Com os ânimos exaltados, o presidente Omar Aziz suspendeu a sessão.
Otto chegou a dizer que o Ministério da Saúde estaria promovendo uma "pseudovacinação" no Brasil e bradou ao citar que o ministro não teria lido as bulas das vacinas aplicadas no Brasil.
"Lamento o senhor não ter lido a bula de todas as vacinas. O senhor é autoridade sanitária do Brasil, é exatamente o senhor que determina como devem ser aplicadas as vacinas", disse o parlamentar.
Durante a discussão, os dois também discordaram sobre o intervalo de aplicação entre as doses da vacina da Pfizer e sobre o uso do imunizante em gestantes. “Vacina em gestantes fora do bulário, nenhuma bula tem aplicação em gestantes”, disse Queiroga, que foi interrompido por Otto. “Essa tem, ministro, vou lhe mostrar. Na Pfizer tem, não é assim não”.
Em resposta, Queiroga disse que o senador "não pode querer desqualificar a autoridade sanitária de um país por ter lido ou não a bula. Nós vacinamos 70 milhões de brasileiros".
O desentendimento entre o parlamentar e o ministro continuou sobre uma nota técnica que recomendava a suspensão da aplicação da AstraZeneca em gestantes. Queiroga disse que partiu do Plano Nacional de Imunização (PNI) e o Otto novamente discordou.
“O senhor não falou a verdade. Você está produzindo uma pseudovacinação no Brasil por falta de informação”, afirmou.
“Sociedade brasileira reconhece os esforços e não aceito que seja desqualificado um patrimônio da sociedade brasileira”, respondeu Queiroga.
Na sequência, o ministro pediu que o presidente da CPI colocasse ordem na sessão. Em resposta, Omar Aziz afirmou que Queiroga "não tem que dizer o que tenho que fazer".
Redação: Bahia Notícias