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Foto: Reprodução/Alan Oliveira/G1 |
O Ministério Público da Bahia,
através da Procuradoria-Geral de Justiça e do Grupo de Atuação Especial de
Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), denunciou
nesta segunda (12), o juiz Sérgio Humberto, os advogados Júlio César e
Vanderlei Chilante e o empresário Nelson José Vigolo, por crimes de lavagem de
dinheiro e corrupção em esquema criminoso criado para blindar grupo econômico
que disputava propriedades de terras na região oeste da Bahia.
A Operação Faroeste investiga
um esquema de vendas de sentenças ligadas à grilagem de terras no oeste da
Bahia. Na última semana, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou nova
denúncia contra 16 pessoas na operação.
De acordo com a denúncia, foi
ajustado pagamento de R$ 1 milhão ao magistrado para que ele se declarasse
suspeito nos processos de interesse do Grupo Bom Jesus Agropecuária, com o
objetivo de que o juiz não proferisse novas decisões desfavoráveis. O MP pediu
a prisão preventiva do juiz, além da perda de função pública e decretação de
perdimento de produtos dos crimes no valor mínimo de R$ 1,5 milhão.
Para o MP, os denunciados
integraram organização criminosa, em conjunto com uma desembargadora e o filho
dela, para enfrentar grupo econômico liderado pelo “falso cônsul” Adailton
Maturino. O pagamento da propina ao juiz teria sido realizado em espécie.
Ainda segundo a denúncia, o
saque foi realizado pelo advogado Júlio César da conta bancária de Nelson
Vigolo e o dinheiro depositado, de maneira fracionada, na conta de um “laranja”.
Só depois o valor teria sido transferido para parentes ou empresas vinculadas
aos parentes do magistrado.
A denúncia aponta as provas
reunidas ao longo das investigações ocorridas no âmbito da ‘Operação Faroeste’
e compartilhadas pela Procuradoria-Geral da República, após autorização do
Ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Entre as provas apontadas,
estão as obtidas por meio de interceptações telefônicas, ações controladas,
escutas ambientais, relatórios de inteligência do Coaf, quebras de sigilos
bancários, bem como as colaborações premiadas firmadas pelos denunciados Júlio
César, Vanderlei Chilante e Nelson Vigolo com o Ministério Público Federal.
Correio 24 horas