Brasil está a um mês do risco de enfrentar blecautes

 

Foto: Divulgação

O sistema elétrico está a pouco mais de um mês de viver uma situação emergencial de colapso com blecautes no país. O denominado Sistema Interligado Nacional está a cada dia com uma situação de geração mais degradada pela chuva escassa no país, como a MetSul detalhou em análise, e o cenário tão temido de falta de luz parece cada vez mais real.

 

Veículos percorrem a 23 de Maio em São Paulo durante um grande blecaute ’em São Paulo em 11 de novembro de 2009. Um apagão enorme no Centro-Sul do Brasil naquele dia deixou dezenas de milhões de pessoas na escuridão e provocou uma grande mobilização da polícia em meio a temores de uma onda de crimes.

 

O Operador Nacional do Sistema Elétrico, a pedido do Ministério de Minas e Energia, emitiu uma nova nota técnica com as informações sobre as condições do Sistema Interligado Nacional (SIN) até novembro. A revisão foi necessária após ser observada uma afluência menor por chuva abaixo do que era antecipado pelo órgão na análise anterior principalmente no Sul do Brasil.

 

Os cenários hidrológicos adotados têm sido obtidos considerando as condições atuais do solo, a precipitação prevista para os 45 primeiros dias seguintes e a precipitação verificada do ano de 2020 até agora.

 

Ainda assim, como os totais de chuva projetados pelo ONS no último estudo não se confirmaram e o volume de água observado em 2021 foi inferior àquele verificado em 2020, em especial nas bacias do Sul do Brasil, as afluências ficaram abaixo das consideradas na nota técnica anterior.

 


Chuva ficou muito abaixo do normal nos últimos seis meses no Centro-Sul do Brasil, especialmente nas bacias dos rios Paraná e Iguaçu que garantem a maior parte da geração hidrelétrica nacional | NOAA

 

A escassez de precipitação resultou na diminuição dos níveis de partida em agosto de cerca de 10 pontos percentuais abaixo do indicado na nota de julho com uma redução de cerca de 2.000 MWmed na Energia Natural Afluente (ENA) do SIN de agosto a novembro.

 

Seguindo o modelo aplicado anteriormente, ao elaborar a revisão do estudo, o Operador traçou dois cenários. No primeiro, os principais reservatórios da bacia do rio Paraná chegam ao final do período seco, ou seja, o mês de outubro, com níveis baixos de armazenamento.

 

Ainda considerando esta situação mais adversa, mesmo com a utilização completa dos recursos hidráulicos do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, com o atingimento da faixa de restrição das usinas da bacia do São Francisco, e com o despacho térmico pleno e transferência de energia do subsistema Norte/Nordeste para o Sudeste/Centro-Oeste, os recursos seriam insuficientes para atendimento ao mercado de energia e demandarão novas medidas no curto prazo.

 

No segundo cenário do ONS, o atendimento energético é viabilizado a partir da incorporação de recursos adicionais com ganhos de armazenamento e a eliminação de possíveis déficits de geração.

 

Por isso, destaca o Operador Nacional dos Sistemas, para assegurar o atendimento da demanda, é imprescindível o aumento da oferta em cerca de 5,5 GWmed, do mês que vem até novembro.

 

Fonte: Amargosa News

 

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