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A queda de braço entre o
Governo do Estado e os professores pela volta às aulas presenciais ganhou um
novo capítulo essa semana. A direção do Colégio Estadual Dr. Luís de Moura
Matos, em Dias D’Ávila, na Região Metropolitana, informou que suspendeu o ensino
híbrido depois que uma professora testou positivo para a covid-19, está
semana.
As aulas no modelo híbrido, ou
seja, em que os estudantes têm encontros presenciais e virtuais com os
professores, foram retomadas na Bahia, em teoria, no dia 26 de julho para
alunos do ensino médio, ensino profissionalizante e Ensino de Jovens de Adultos
(EJA). Mas, como o CORREIO mostrou, houve pouca adesão por parte de docentes e
discentes. No Colégio Estadual Dr. Luís de Moura Matos o ensino híbrido teve
início na segunda-feira (2), mas precisou ser suspenso em seguida.
Em comunicado, a direção da
escola afirma que uma professora manifestou sintomas, fez o exame PCR e o
resultado foi positivo. A unidade orientou que todas as pessoas que tiveram
contato com os professores na segunda-feira façam quarentena de 10 dias, e diz
que por conta dessa confirmação decidiu suspender o ensino híbrido.
“Todos os estudantes devem
manter atividade remota até as próximas orientações. É importante também chamar
a atenção dos pais e responsáveis acerca dos riscos aos quais seus filhos e
familiares estão expostos nesse momento presencial, uma vez que diante da
pandemia, não podemos nos responsabilizar nem garantir a segurança à vida das
pessoas”, afirma.
A unidade fica no Centro da
cidade e tem 1.580 estudantes matriculados. Uma funcionária da escola, que
pediu para não ser identificada, lamentou o ocorrido. “Estou preocupada com a
saúde da colega, desejando sua plena recuperação e preocupada com toda a
comunidade escolar que teve contato com ela. Vamos passar por esse momento com
o ensino remoto dentro das possibilidades de cada estudante e família. Agradeço
todo apoio e boas energia a nossa professora e comunidade”, disse.
Apesar de o Governo do Estado
determinar o retorno imediato das atividades presenciais nas escolas e ameaçar
cortar o ponto dos professores que não comparecerem, a categoria mantém o
posicionamento de que só retornará depois que todos estiverem devidamente
vacinados, ou seja, após receberem a segunda dose da vacina.
O coordenador-geral da
Associação dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui
Oliveira, não soube informar se a professora contaminada já recebeu a segunda
dose da vacina. Ele disse que solicitou do governo a relação dos professores
que estão duplamente imunizados, em uma reunião na semana passada, e que ainda
está aguardando retorno.
“Eles ainda não mandaram a
lista. O município já mandou, por isso, tivemos condições de planejar uma data
de retorno, mas o estado ainda não mandou. A variante Delta é uma preocupação
mundial, ela é altamente transmissível e já está presente no Brasil. Por que
não esperar mais um mês, até que todos os professores estejam devidamente
vacinados para retomar as aulas? Do jeito que está a categoria não vai voltar”,
disse.
Na segunda-feira (9), haverá
uma reunião entre a APLB e representantes do governo para discutir a retomadas
das aulas e a vacinação dos professores, entre outros assuntos.
Por meio de nota, a Secretaria
Estadual da Educação (SEC) informou que após a confirmação de que a professora
havia testado positivo, ela foi imediatamente "afastada das atividades
laborais, conforme orientações do protocolo de biossegurança para a fase
híbrida". Acrescentou ainda que "as aulas presenciais foram suspensas
por dez dias consecutivos na unidade escolar, que passou por processo de
higienização, e serão retomadas no dia 14 de agosto. Até lá, os estudantes
permanecem em atividades remotas".
Correio