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O presidente Jair Bolsonaro
voltou a pedir que a população economize energia elétrica em meio ao
agravamento da situação das usinas hidrelétricas por causa da seca. Durante sua
live semanal nas redes sociais, na noite desta quinta-feira (26), o presidente
classificou como “problema sério” a atual crise energética.
“O problema é sério. Eu vou
tentar fazer um apelo a você que está em casa agora. Eu tenho certeza que você
pode apagar um ponto de luz agora. Eu peço esse favor pra você. Assim você
estará ajudando a economizar energia e a economizar água das hidrelétricas”,
afirmou.
O volume de chuvas muito
abaixo do esperado nos últimos meses, inclusive na comparação com o ano
passado, deixou os reservatórios das hidrelétricas da região centro-sul do país
em condições críticas.
“Em grande parte, nessas
represas, já estamos na casa de 10%, 15% de armazenamento. Estamos no limite do
limite. Algumas vão deixar de funcionar se essa crise hidrológica continuar
existindo”, acrescentou Bolsonaro. Na última terça-feira (24), o Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), comandado pelo Ministério de Minas e
Energia, já havia alertado sobre a piora condições hídricas no país.
Demanda
adicional
Já nesta quinta-feira, o
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que será preciso garantir
uma produção adicional de energia, a partir de outubro, para atender à demanda
que não poderá ser suprida pelas usinas hidrelétricas.
O órgão atualizou uma nota
técnica de monitoramento das condições do setor elétrico até novembro e
calculou que a quantidade adicional necessária de energia será de 5,5 gigawatts
médio (GWm) entre setembro e novembro. O documento enfatiza que os
reservatórios das usinas estão com as piores afluências de água em 91 anos.
Entre as recomendações do
ONS para atender essa demanda estão a postergação das manutenções programadas
em usinas termoelétricas, para evitar que elas precisem ser desligadas; a
importação de energia da Argentina e do Uruguai; a garantia da disponibilidade
operativa das térmicas merchant; solução para questões judiciais relacionadas
às disponibilidades da oferta de cinco usinas termoelétricas (Goiania II,
Campina Grande, Maracanaú, Palmeira de Goiás e Pernambuco III); a viabilização
do terceiro navio regaseificador, referente às disponibilidades das
termelétricas Termoceará, Fortaleza e Vale do Açu; a recomposição da capacidade
de geração impactada pela manutenção da Rota 1 no mês de setembro; e a
viabilização da térmica GNA I.
O ONS também indicou que, a
partir de setembro, devem ser incorporados novos recursos energéticos ao
Sistema Interligado Nacional (SIN). Para isso, de acordo com o órgão, será
necessário lançar mão de geração adicional proveniente das usinas térmicas sem
Custo Variável Unitário (CVU); avançar com o Programa de Resposta Voluntária da
Demanda; e implementar ações de incentivo para que a população reduza de forma
voluntária o seu consumo; além de adotar novas flexibilizações dos níveis
mínimos nos reservatórios das hidrelétricas de Ilha Solteira e Três Irmãos, até
a cota de 323 metros.
Foi sugerido ainda autorizar
o uso da flexibilização dos critérios de segurança de N-2 para N-1 como recurso
para atendimento energético e de potência; e adotar novas restrições
temporárias de defluência nas usinas do São Francisco e na hidrelétrica de
Itaipu, podendo agregar mais recursos às disponibilidades de potência.
Agência Brasil