Foto: Reprodução/Coelba |
Os consumidores beneficiados
pela tarifa social de energia elétrica continuarão pagando em outubro da
bandeira vermelha nível 2, que acrescenta à conta de luz R$ 9,49 por cada 100
kWh (quilowatts-hora) consumidos.
O valor foi mantido pela
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) diante do cenário ainda crítico no
setor elétrico brasileiro. Esses consumidores não foram afetados pela criação
da bandeira de escassez hídrica, que elevou temporariamente a taxa para R$
14,20 por 100 kWh.
Nem todos os consumidores da
tarifa social, porém, pagarão os R$ 9,49, já que o programa prevê descontos de
acordo com a faixa de consumo, que pode ir de 10% a 65% do valor da conta de
luz. Apenas aqueles com consumo superior a 221 kWh por mês pagam a tarifa
cheia.
As sobretaxas são aplicadas
quando há escassez na produção de energia elétrica no país. Projeções
divulgadas nesta sexta pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) indicam
que outubro deve trazer um bom nível de chuvas para a região Sul, ajudando a
recuperar os reservatórios castigados pela seca nos últimos meses.
Segundo o operador, porém, a
previsão para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, consideradas a caixa-d’água do
setor elétrico brasileiro, ainda é de chuvas abaixo da média. Nessa área, a
expectativa é que os reservatórios cheguem ao fim do próximo mês, com 12,6% de
sua capacidade de armazenar energia, perdendo quase cinco pontos percentuais.
A alta das tarifas de
energia tem ajudado a pressionar a inflação no país. A prévia da inflação
oficial acelerou para 1,14% em setembro, segundo dados do IPCA-15 (Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15).
A taxa é a maior para o mês
desde o início do Plano Real, em 1994, quando ficou em 1,63%. Em 12 meses, o
indicador já ultrapassou a barreira dos dois dígitos, chegando a 10,05%.
Setembro foi o primeiro mês de vigência da bandeira de escassez hídrica, que
será cobrada até abril.
A situação é pior para as
famílias de baixa renda, que já convivem com inflação de dois dígitos há mais
tempo, segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Entre
as famílias de renda considerada muito baixa, a inflação acumulada em 12 meses
alcançou 10,63% em agosto.
A alta no custo de vida tem
impactado a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Pesquisa
Datafolha publicada esta semana mostra que, para 69% dos brasileiros, a
situação econômica do país piorou nos últimos meses.
Para 63% dos brasileiros,
ainda segundo o Datafolha, o governo tem muita ou um pouco de responsabilidade
pela crise energética no país.
Na quinta, Bolsonaro fez um
apelo para que a população economize eletricidade e pediu que as pessoas, se
puderem, tomem banho frio. Em sua live semanal, pediu ainda pediu que as
pessoas apaguem luzes excedentes e desliguem aparelhos de ar condicionado.
“Se puder apagar uma luz na
tua casa apaga, eu peço por favor. Não use elevador. Tomar banho é bom, mas se
puder tomar banho frio é muito mais saudável, ajuda o Brasil”, afirmou o
presidente da República.
Fonte: Bahia Notícias