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Foto: Reprodução |
O presidente Jair Bolsonaro
decidiu permanecer no Palácio da Alvorada nesta quarta-feira e cancelou uma
viagem programada para sexta-feira ao Paraná, depois que a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou que toda a comitiva vinda dos Estados
Unidos permanecesse em isolamento.
O único compromisso da
agenda do presidente, uma reunião com Pedro Cesar Sousa, subchefe para assuntos
jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência, foi atualizado na agenda para
acontecer de forma virtual.
Já a viagem ao Paraná, que
incluía uma ida a Ponta Grossa na sexta e uma motociata em Piraí no sábado, foi
retirada das previsões de viagem logo depois de o aviso ter sido divulgado pelo
Planalto.
Na tarde desta quarta, o
secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, irá explicar quais
as medidas que serão adotadas pelo governo federal para os integrantes da
comitiva do presidente.
Bolsonaro, ministros e
outras pessoas que acompanharam o presidente a Nova York tiveram contato
próximo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, diagnosticado com Covid-19
na terça-feira, logo antes de embarcar. Sem sintomas inicialmente, o ministro teve
febre baixa durante à noite, de acordo com sua assessoria, mas foi medicado e
está bem.
Em nota na noite de terça, a
Secretaria de Comunicação da Presidência confirmou a contaminação do ministro,
mas afirmou que os demais membros da comitiva haviam sido testados, todos com
resultado negativo.
Com exceção de Queiroga e do
ministro das Relações Exteriores, Carlos França –que ficou em Nova York para
uma série de encontros bilaterais–, os demais voltaram ao Brasil junto com
Bolsonaro.
Nesta quarta, depois da
recomendação da Anvisa para que todos permanecessem em quarentena, os membros
da comitiva que estão em Brasília permaneceram em trabalho remoto até uma
decisão de Bolsonaro sobre o cumprimento da quarentena.
De acordo com a assessoria
da Caixa, o presidente do banco, Pedro Guimarães, está em isolamento e ficará
em trabalho remoto.
O ministro do Meio Ambiente,
Joaquim Leite, também estava em trabalho remoto e, de acordo com sua
assessoria, faria um novo teste PCR ainda nesta quarta-feira. Já a assessoria
do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, informou que ele
não terá agenda pelo menos nos próximos dois dias.
Os ministros do Planalto que
estiveram na viagem com o presidente –Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-geral da
Presidência) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além do
secretário de Assuntos Estratégicos, Flávio Roma– não foram ao palácio pela
amanhã.
A assessoria de Heleno
informou que o ministro aguardava as orientações da Casa Civil. Consultado pela
Reuters, Ramos afirmou que seguiria “as determinações do presidente”, mas não
informou quais seriam. A assessoria de Rocha não respondeu o pedido de
informações.
O ministro das Relações
Exteriores, no entanto, manteve a agenda normal em Nova York, depois de se chegar
a aventar a suspensão. França tem na agenda seis reuniões. Uma delas, com os
chanceleres de Alemanha, Índia e Japão, no chamado G4, o grupo de países que
pleiteia juntos vagas em uma eventual reforma do Conselho de Segurança da ONU.
De acordo com o Itamaraty,
França segue as normas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA
(CDC): pessoas que tiveram contato com outras contaminadas mas não tem sintomas
não precisam fazer quarentena, devem usar máscara e ser testado entre o terceiro
e quinto dia da exposição. O chanceler foi testado novamente esta manhã e teve
resultado negativo.
No entanto, França teve
vários encontros com Queiroga na terça-feira, o que significa que precisa ser
testado na sexta-feira.
Em seu ofício, dirigido à
Casa Civil, a Anvisa recomendou que todos os integrantes da comitiva que
tiveram contato com Queiroga fiquem em isolamento por 14 dias, não viagem e
façam novos testes no Brasil.
A porta-voz das Nações
Unidas, Stephane Dujarric, afirmou nesta quarta que a instituição foi informada
da contaminação de Queiroga e está analisando a possível exposição de delegados
e servidores para que sejam notificados e tomem as precauções necessárias.
A Missão Brasileira recolheu
seus funcionários e deve ficar em isolamento pelos próximos 14 dias.
Entre todos os membros de
alto escalão da comitiva, apenas Bolsonaro ainda não foi vacinado. O presidente
teve Covid em julho de 2020 e ficou parcialmente isolado no Alvorada por 18
dias, até receber resultado negativo para o teste.
Recentemente, disse a
apoiadores que acredita ter sido novamente contaminado, porque seu teste de
anticorpos teria dado um resultado alto –o que ele considera uma justificativa
válida para não se vacinar. (MSN)