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Duas pesquisas feitas por
cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e publicadas na revista
científica Andrology confirmam os efeitos do coronavírus nos testículos
humanos. Segundo os pesquisadores, o patógeno pode causar alterações hormonais
e inflamação na região, levando a problemas de fertilidade.
O levantamento mostra que o
coronavírus é capaz de invadir todas as células do testículo, inclusive as que
produzem espermatozoides e testosterona. O estudo usou os resultados de autópsias
de 11 pessoas entre 32 e 88 anos que morreram em decorrência da Covid-19.
As lesões causadas pelo
vírus podem estar relacionadas ainda a alterações de exames hormonais e de
fertilidade por até um ano após a infecção. Uma análise de espermogramas de
pessoas que foram infectadas mostra uma capacidade reduzida de movimentação e
fertilização em parte dos indivíduos — o índice é considerado normal quando
acima de 50%, mas ficou entre 8% e 12% por até um ano.
Porém, segundo Jorge Hallak,
pesquisador principal do estudo, as informações não são suficientes para
afirmar que os pacientes estão inférteis, mas a redução na mobilidade pode
dificultar a reprodução.
“A minha impressão como
clínico e andrologista é que a Covid-19 vai se somar a outras causas de
infertilidade masculina, como a varicocele, que é varize no escroto, o uso
abusivo de álcool, de drogas, de anabolizante esteroide e medicamentos
antidepressivos, que são grande causa de alteração da função testicular”, diz o
cientista, em entrevista à CNN Brasil. O estudo continua em andamento.
A orientação dos
pesquisadores é que homens que tiveram a doença e quiserem ter filhos procurem
atendimento médico para analisar a condição do esperma.
Fonte: Metrópoles