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As crianças menores de 11
anos poderão ser vacinadas contra meningite até o mês de dezembro. O Ministério
da Saúde distribuiu 900 mil doses da vacina meningocócica C (conjugada) em
agosto e ampliou a idade do público-alvo para alcançar quem deixou de ir aos
postos nos últimos anos.
A vacina protege contra a
bactéria meningococo C, que causa quadros graves como a meningite (inflamação
nas membranas que revestem o sistema nervoso central) e a meningococemia
(infecção generalizada pelo meningococo). O Programa Nacional de Imunizações
(PNI) disponibiliza esse imunizante na rotina de vacinação, em um esquema de
duas doses, aos 3 e 5 meses de vida, com uma dose de reforço aos 12 meses de
idade.
Para os responsáveis que,
por algum motivo, perderam a oportunidade de levar as crianças aos postos na
idade indicada, o PNI previa a administração de uma dose até os 4 anos, 11
meses e 29 dias. Para ampliar a cobertura, desde julho, os postos de vacinação
estão autorizados a vacinar também crianças menores de 11 anos que estejam em
atraso com essa vacina. Segundo o Ministério da Saúde, o número de não
vacinados menores de 10 anos pode chegar a 1,8 milhão.
A Coordenação-Geral do PNI
afirma que a medida foi tomada “diante do cenário de baixas coberturas
vacinais, observadas a partir de 2016, situação que se agravou a partir de 2020
com a pandemia da covid-19, possivelmente em virtude do receio da população em
buscar os serviços de saúde para a atualização do Calendário de Vacinação”.
O objetivo da ampliação é
aumentar a proteção contra a doença meningocócica, evitando a ocorrência de
surtos pelo sorogrupo C, hospitalizações, sequelas, tratamentos de reabilitação
e óbitos, em especial quando do retorno das aulas presenciais. Além disso, a
medida busca otimizar o uso das doses da vacina, acrescenta o comunicado, “em
virtude do baixo consumo desta vacina nos últimos anos, e da existência de quantitativo
de doses”.
O meningococo C é uma
bactéria agressiva, que pode causar sequelas neurológicas graves, amputações e
levar à morte em menos de 24 horas, mesmo quando diagnosticado e tratado. Uma
pesquisa realizada pela GSK e divulgada em março deste ano mostrou que a
pandemia de covid-19 fez com que pais adiassem a vacinação contra a meningite
em diversos países. No caso do Brasil, 72% dos entrevistados que não levaram os
filhos para se vacinar apontaram as restrições para a prevenção da covid-19 como
uma das causas; 45% afirmaram ter medo de ser infectados pelo novo coronavírus
e 19% disseram ainda que não levaram as crianças para se imunizar contra a
meningite porque contraíram covid-19 ou tiveram que cuidar de alguém com a
doença. (BN)