Foto: Reprodução |
Os atos acontecem em meio a
embates do presidente com o Supremo Tribunal Federal (STF), e em um contexto de
queda na popularidade e nas avaliações sobre a administração Bolsonaro – e de
uma acentuada crise econômica.
O presidente acirrou as
tensões ao convocar os atos pró-governo, com pauta antidemocrática, com ameaças
aos ministros do Supremo e ao Congresso.
Na última sexta-feira, sem
citar nomes, Bolsonaro disse que a manifestação pró-governo seria um “ultimato”
a duas pessoas que estão “usando da força do poder” contra ele. Em Brasília, a
avaliação é de que ele se referia aos ministros do STF Luís Roberto Barroso e
Alexandre de Moraes.
Os apoiadores do presidente
intensificaram os chamados para os atos após a rejeição da PEC do voto impresso
– uma demanda dos bolsonaristas diante de supostas fraudes nas eleições, sobre
as quais não há indícios e cujas provas o próprio presidente admitiu não existirem.
No campo contrário,
manifestantes protestam contra o governo Bolsonaro e a escalada da crise
institucional e econômica. Diante de quase 600 mil mortos na pandemia do
coronavírus, aumento de preços, do desemprego e da fome, os atos pedem a saída
do presidente.
Falando aos manifestantes em
Brasília nesta terça, Bolsonaro voltou a fazer ameaças ao STF.
“Nós não mais aceitaremos
que qualquer autoridade usando a força do poder passe por cima da nossa
Constituição. Não mais aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou qualquer
certeza que venha de fora das quatro linhas da Constituição. Nós também não
podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos três
poderes continue barbarizando a nossa população. Não podemos aceitar mais
prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse poder enquadra o seu, ou
esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”, disse, em alusão à suprema
corte. “Nós valorizamos, Reconhecemos e sabemos o valor de cada poder da
República”. “Aqui na Praça dos Três Poderes juramos respeitar a nossa
Constituição. Quem age fora dela se enquadra ou pede pra sair”, afirmou.
Bahia
Um grupo de manifestantes se
reuniu no Farol da Barra, em Salvador, para um ato a favor do presidente Jair
Bolsonaro, nesta terça-feira (7). A concentração começou às 9h e os
manifestantes seguiram em caminhada até o Morro do Cristo, às 10h30.
No local, os manifestantes
levantaram cartazes e faixas com pedidos de intervenção militar, além do pedido
de impeachment dos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Luís Roberto
Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Alguns cartazes também pediram uma
reformulação do Supremo, o uso da força e o voto “auditável”. Vestidas de verde
e amarelo, grande parte das pessoas carregou uma bandeira do Brasil.
No Campo Grande, um grupo
fez ato contra o presidente. A concentração começou às 9h e os manifestantes
seguiram em caminhada pela Avenida Sete de Setembro, em direção à Praça Castro
Alves, a partir das 10h30.
No local, os manifestantes
pediram o aumento do valor do auxílio emergencial, vacina e alimento para todos
e a saída de Bolsonaro. Alguns cartazes também chamaram o presidente de
genocida, em alusão às mais de 583 mil mortes, em meio à pandemia de Covid-19.
Vestidas de vermelho, grande parte das pessoas carregava faixas com palavras de
ordem contra o governo.
G1