Qual probabilidade? Especialistas falam sobre chance de tsunami na Bahia

Os baianos movimentaram as redes sociais durante esta quinta-feira (16) após saberem que um vulcão nas Ilhas Canárias, no litoral da África, entrou em estado de alerta para uma possível erupção e que este fenômeno poderia provocar um tsunami que atingiria todo o Brasil, afetando principalmente a costa do Nordeste. No entanto, de acordo com especialistas, isso não deve preocupar quem mora por aqui porque a chance de erupção - fenômeno provocado pelo deslocamento de placas tectônicas - é baixa e a de um tsunami é mais improvável ainda. 

Oceanógrafo e professor, José Rodrigues salienta que é necessário realizar estudos mais aprofundados para saber a real chance, mas garante que, apesar de não calculada, a probabilidade é baixissíma. "É algo discutido e pesquisado há bastante tempo, mas, se eu dissesse a você que alguém da sua família pode acertar na loteria você diria que tem chance? Sim, mas você não vive atrás disso, ninguém vive. Não estou dizendo que é a mesma chance até porque precisaria de um estudo maior para isso, mas é um risco mínimo, é pouquíssimo provável", explica ele. 

A Defesa Civil de Salvador (Codesal) divulgou nota em que especialistas afirmam não acreditar que a suposição da chegada de um tsunami na nossa costa tenha qualquer embasamento científico. "Para que ocorresse um tsunami de grande magnitude, isso no pior dos cenários, seria necessário que, em função da atividade vulcânica, parte do arquipélago escorregasse para o mar, o que geraria uma onda de grandes proporções que se propagaria para o oceano", avalia o titular do departamento de Oceanografia do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, professor José Maria Landim Domiguez.

Rodrigues acrescenta ainda que já houve erupção no mesmo vulcão. "Já teve erupção e não gerou tsunami nenhum. Então, pode acontecer, mas teria que ser algo que a gente nunca viu acontecer. Já houve outros tremores e não é um vulcão tão ativo. É baixíssima a possibilidade, mas não deixa de ser importante falar sobre isso. Porém, teria que ser uma catástrofe e tudo dar errado para acontecer", conclui.

*O Correio, com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo

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