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O Governo Federal, por meio do Ministério do
Desenvolvimento Regional (MDR), segue nesta terça-feira (19) no estado da Bahia
para o segundo dia da Jornada das Águas – evento que partiu da nascente
histórica do Rio São Francisco, no norte de Minas Gerais, e vai percorrer os
nove estados do Nordeste com anúncios e entregas de obras de infraestrutura,
preservação e recuperação de nascentes e cursos d’água, saneamento, irrigação,
apoio ao setor produtivo e aos municípios, além de mudanças normativas que vão
revolucionar a maneira como o brasileiro se relaciona com a água. A ação inclui
também a inauguração do Ramal do Agreste, em Sertânia, construído pelo governo
federal. Ainda em Pernambuco, a primeira etapa da Adutora do Agreste - que vai
receber a água do Ramal - precisa de R$ 200 milhões para ser concluída em 2022.
Técnicos do setor dizem que o Ramal foi concluído
primeiro, porque o governo federal discrimina a gestão do governador Paulo
Câmara, que faz oposição ao governo Bolsonaro.
Durante o evento citado acima, o MDR vai lançar licitação
para elaboração de estudos ambientais e projeto básico para as obras do Canal
do Sertão Baiano, que vai beneficiar 1,2 milhão de pessoas em 44 cidades do
interior da Bahia. O investimento do governo federal no projeto básico do Canal
do Sertão Baiano será de R$ 19 milhões, dos quais R$ 4 milhões serão repassados
ainda neste ano.
A infraestrutura hídrica como um todo está orçada em R$
4,62 bilhões e servirá para garantir o abastecimento de água para consumo
humano, industrial, de animais, além de permitir o desenvolvimento de cadeias
produtivas como a da mineração e a agrícola, por meio do uso de técnicas de
irrigação.
Com a construção do canal, as águas do Rio São Francisco
também vão auxiliar na perenização de bacias hidrográficas dos Rios Itapecuru e
Jacuípe, localizadas em regiões da Bahia com elevada escassez hídrica. No
percurso, também serão atendidas as bacias dos Rios Tatauí, Salitre,
Tourão/Poção e Vaza-Barris.
O Canal do Sertão baianao, que vai distribuir água do
Velho Chico a partir do reservatório de Sobradinho, terá extensão de 300
quilômetros e será construído pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do
São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), instituição vinculada ao MDR. "É a
água servindo como instrumento para melhorar a qualidade de vida de milhares de
pessoas, além de permitir a geração de 45 mil empregos diretos e indiretos e
renda nas áreas atendidas pela obra", como explica o ministro do
Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Ele está querendo disputar eleições
majoritárias no próximo ano.
“Água é vida, é o recurso que possibilita que as
populações possam prosperar. E o futuro Canal do Sertão Baiano será indutor de
desenvolvimento por onde ele passar, porque vai permitir que as pessoas possam
dessedentar a sua sede e que uma série de cadeias produtivas possam ser
fortalecidas ao longo da estrutura”, afirma.
A construção do Canal do Sertão Baiano vai beneficiar uma
série de atividades produtivas em seu entorno, especialmente relacionados a
atividades rurais. A previsão é que 70 mil agricultores – 90% deles familiares
– poderão melhorar sua produtividade com a maior oferta hídrica. Outros 10 mil
trabalhadores rurais instalados em perímetros públicos de irrigação também
serão beneficiados. Além disso, as águas do ‘Velho Chico’ vão permitir que 4,7
mil piscicultores possam manter sua ocupação.
O Canal do Sertão Alagoano será interligado ao Projeto
Salitre, perímetro irrigado de cerca de 5,1 mil hectares implementado pela
Codevasf em 1998, em Juazeiro (BA), e que teve a produção agrícola iniciada em
2010. Com a medida, o perímetro poderá ser expandido.
Até agora, o Projeto Salitre recebeu R$ 915,7 milhões em
investimentos federais. O montante serviu para a aquisição da área, além da
construção de 41,5 quilômetros de canais, 159,5 quilômetros de drenos, 116,3
quilômetros de estradas, 6,38 quilômetros de adutoras, seis estações de
bombeamento e oito reservatórios.
O empreendimento é o mais novo de todos os perímetros
irrigados da Codevasf e foi dividido em cinco etapas, sendo que a primeira
delas já está totalmente operacional. Ela conta com 255 lotes agrícolas de
agricultura familiar – com um total de 1,6 mil hectares – e outros 67 lotes
empresariais – com área irrigável de 2,7 mil hectares.
As principais culturas produzidas são melão, banana,
cana-de-açúcar, manga, cebola, goiaba e uva. A previsão é que o perímetro possa
gerar cerca de 2,8 mil empregos diretos e outros 4,2 mil indiretos, com
produção de até 228,5 mil toneladas. No ano passado, os agricultores locais
conseguiram um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 74,4 milhões.
Confira todos os municípios que serão beneficiados pelo
Canal do Sertão Baiano:
Andorinha, Antônio Gonçalves, Caém, Caldeirão Grande,
Campo Formoso, Candeal, Capela do Alto Alegre, Capim Grosso, Filadélfia,
Gavião, Ichu, Itiúba, Jacobina, Jaguarari, Juazeiro, Mairi, Miguel Calmon,
Mirangaba, Morro do Chapéu, Mundo Novo, Nova Fátima, Ourolândia, Pé de Serra,
Pindobaçu, Pintadas, Piritiba, Ponto Novo, Queimadas, Quixabeira, Riachão do
Jacuípe, Santaluz, São Domingos, São José do Jacuípe, Saúde, Senhor do Bonfim,
Serrolândia, Sobradinho, Tapiramutá, Umburanas, Valente, Várzea da Roça Várzea
do Poço, Várzea Nova e Uauá.
JC UOL