O acidente aéreo que terminou
com a morte da cantora Marília Mendonça trouxe um alerta sobre incidentes com
aeronaves, que podem ser mais comuns do que imaginamos. Em 2021, a Bahia
registrou o maior número de acidentes aéreos desde 2011, com 11 intercorrências.
Os dados foram divulgados e compilados pela Fiquem Sabendo, agência de dados
especializada no acesso a informações públicas, nesta segunda-feira (8).
O Órgão Central do SIPAER é o
Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), que
classifica em três classes os registros: acidente, incidente grave e incidente.
Desde 2011, as ocorrências mais corriqueiras entre as aeronaves na Bahia foram
31 falhas do motor em voo, 19 perdas de controle em voo, 17 estouros de pneus e
16 falhas ou mau funcionamento de sistema.
Em 2021 os 11 casos ocorreram
em 6 cidades: São Desidério (3), Morpará (2), Luís Eduardo Magalhães (2),
Barreiras (2) e em Riachão das Neves e Correntina com um incidente cada. Desde
2011 as cidades com maior número de registros são Salvador, com 77, seguido de
Porto Seguro com 19 incidentes e Ilhéus com 14.
Além da alta da Bahia em
acidentes, Mato Grosso, Goiás, Pará, Roraima e Minas Gerais, registraram
aumento de casos, na mesma comparação de janeiro a outubro deste ano. Apesar
disso, o índice nacional apresenta uma queda geral, com 129, reduzindo desde
2017.
MORTES
DESDE 2019 NA BAHIA
As mortes mais recentes em
decorrência de acidentes aéreos, desde 2016, remontam a dois episódios: um em
2019 em Maraú e outro em 2020, na cidade de São Desidério.
O caso de aeronave que acabou
matando cinco pessoas, decolou do Aeródromo Comandante Rolim Adolfo Amaro
(SBJD), Jundiaí, SP, com destino ao Aeródromo Barra Grande (SIRI), Maraú, BA,
por volta das 14h58min (UTC), a fim de realizar um voo privado, com dois
pilotos e oito passageiros a bordo. Ao chegar no aeródromo de destino, às
17h17min (UTC), a aeronave realizou um pouso aquém da pista 11, provocando a
ruptura dos trens de pouso principais e auxiliares.
De acordo com informações do Sipaer,
o avião deslocou-se pela pista, arrastando a fuselagem inferior e o intradorso
das asas, saindo pela lateral esquerda e parando com a proa defasada,
aproximadamente, 210º em relação à trajetória do pouso. Após, houve um incêndio
que consumiu a maior parte da aeronave. O acidente acabou culminando na morte
do ex-piloto da Stock Car, Tuka Rocha. Segundo laudo do Cenipa, houve
"falha do piloto".
Já no caso de 2020, segundo os
dados do Sipaer, a aeronave decolou, por volta de 16h00min (UTC), de uma Área
de Pouso para Uso Aeroagrícola (APUA), localizada na Fazenda Tara, São
Desidério, na Bahia, a fim de pulverizar com defensivo agrícola uma plantação
de algodão. Estima-se que, após cerca de 30 minutos de voo, a aeronave tenha
colidido contra o solo.
O avião foi encontrado
acidentado na plantação, a uma distância aproximada de 5 km da área de pouso,
duas horas após a decolagem. A aeronave teve danos substanciais. O piloto
faleceu no local do acidente. Não houve danos a terceiros.
Por Mauricio Leiro / Bahia Notícias