Universidade britânica gera polêmica ao oferecer treinamento para alunos envolvidos em trabalhos de cunho sexual

Foto: Getty Images via BBC

 A Universidade de Durham, no noroeste da Inglaterra, saiu em defesa de sua decisão de oferecer treinamento para alunos envolvidos em trabalhos de cunho sexual, depois de ter sido alvo de críticas vindas do alto escalão do governo britânico.

A polêmica começou na semana passada, quando o Grêmio Estudantil da universidade enviou um e-mail convidando funcionários e estudantes para um treinamento em dois níveis, voltado a pessoas que trabalham na indústria do sexo.

As sessões de treinamento, segundo a universidade, visavam garantir a segurança dos alunos e foram elaboradas a pedido “de um pequeno número de estudantes preocupados”.

Mas a iniciativa foi criticada pela parlamentar e ministra de Educação Superior e Continuada, Michelle Donelan. “Fico profundamente preocupada que qualquer universidade legitime uma indústria perigosa, que prospera em cima da exploração de mulheres”, declarou.

“Qualquer universidade que faça isso está fracassando em seu dever de proteger estudantes. É correto que apoio seja oferecido a mulheres que estão sendo exploradas. No entanto, esse curso (de Durham) tenta normalizar a venda de sexo, que não tem lugar dentro de nossas universidades. Sabemos que esse é um setor que pode alvejar jovens garotas e estudantes, e aprisioná-las em um buraco (sem saída). As universidades deveriam focar sua energia em conscientizar sobre esses perigos e apoiar as mulheres.”

A universidade, por sua vez, defendeu-se dizendo que o objetivo não é estimular a venda de sexo.

“De modo enfático, não estamos buscando encorajar o trabalho sexual, mas sim prover apoio a nossos estudantes. Nós não julgamos, nós ouvimos, apoiamos e oferecemos ajuda prática”, afirmou um porta-voz da Durham.

“Promovemos muitos cursos para estudantes e funcionários em temas como saúde mental e bem-estar, até conscientização sobre drogas e álcool. A intenção aqui é garantir que o estigma social não impeça os estudantes vulneráveis ou sob risco de conseguir o apoio de que necessitam e a que têm direito”, acrescentou.


Por BBC

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