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Em conversa com apoiadores na entrada do Palácio da
Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, na manhã desta segunda-feira
(6), que não é possível falar que seu governo não tenha casos de corrupção.
Reforçou, entretanto, que qualquer denúncia será investigada.
O momento do comentário foi registrado e divulgado por um
canal simpatizante ao governo.
“Não vou dizer que meu governo não tem corrupção, porque
a gente não sabe. Se tiver qualquer problema no meu governo, a gente vai
investigar. Não posso dar conta de mais de 20 mil servidores comissionados, ministérios
com mais de 300 mil funcionários. A grande maioria são pessoas honestas”,
afirmou o mandatário.
Em outros momentos, o chefe do Executivo federal já havia
reiterado que nunca se ouviu falar de um caso de corrupção durante sua gestão.
Também já havia frisado que, em caso de denúncias, ele seria o primeiro a
investigar.
Em comemorações pelos mil dias de governo, no fim de
setembro deste ano, a Comunicação do governo trouxe como assunto a ausência de
corrupção.
Em imagens divulgadas nas redes, a Secom divulgou que o
governo é “constitucional, eficiente e fraterno” e “sério, honesto e
trabalhador”, com reforço aos “mil dias pela liberdade, sem corrupção e de
entregas para os brasileiros”.
Casos
Além das denúncias de “rachadinha”, que comprometem principalmente
membros da família do presidente, um relatório do Banco Mundial, divulgado no
mês passado, revelou que a cada 10 servidores públicos federais, seis já
testemunharam atos de corrupção.
Os dados constam no relatório intitulado “Ética e
Corrupção no Serviço Público Federal” e o uso do cargo para ajudar amigos e
familiares foi o principal desvio cometido.
Realizada em parceria com a Controladoria-Geral da União
(CGU), o Ministério da Economia, e a Escola Nacional de Administração Pública
(Enap), a pesquisa ouviu 22.130 servidores, no período entre 28 de abril e 28
de maio de 2021.
Além disso, Bolsonaro foi diretamente implicado numa
denúncia de corrupção no Caso Covaxin, quando foi acusado pelo ex-chefe de
importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo
Miranda (E), e o irmão dele, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), de prevaricação.
O parlamentar disse ter advertido o presidente de que seu
irmão tinha sofrido “pressão” para autorizar o pagamento pela pasta para a
empresa que intermediara a aquisição de 20 milhões de doses da vacina indiana,
produzida pela empresa Bharat Biotech.
Fonte: Correio