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Responsável pela investigação do duplo homicídio que
vitimou mãe e filha, no último domingo (12/12), na cidade de Guanambi, sudoeste
baiano, o delegado Rhudson Barcelos deixou o caso, após declaração
inconveniente em entrevista coletiva concedida na terça-feira-feira (14/12) à
imprensa local.
O então chefe das apurações disse que as roupas usadas
pelas vítimas, trajes de "malhação", teriam chamado a atenção do
suspeito. A técnica de enfermagem Alcione Malheiros Teixeira Ribeiro, 42 anos,
e Ana Júlia Teixeira Fernandes, 16, foram mortas a tijoladas por Marco Aurélio
da Silva, que teria tentado estuprar mãe e filha.
"Ele deparou com as duas, com aquelas roupas de
malhação, de caminhada, obviamente chamando atenção. Ele disse que daí começou
a ter desejo sexual e as seguiu. Passou por elas, estacionou e esperou”,
relatou o delegado.
Marco, em vídeo gravado na própria delegacia, confirmou
que tinha a intenção de praticar o estupro, mas desistiu. "Puxei pelo
braço. Elas ficaram com medo. Quando aconteceu isso, eu mandei elas tirarem as
roupas. Eu estava com vontade de estuprar, só que eu saí. Eu pedi uma ajuda
para ela e fiquei com medo de ela me denunciar".
Em nota, a Polícia Civil informou que não concorda com
atitudes que relativizem qualquer tipo de violência contra a mulher e atos de
machismo e que já foi iniciada uma apuração preliminar dos fatos, e o servidor
em questão será convocado para esclarecimentos.
CONFIRA
NA ÍNTEGRA
A Polícia Civil esclarece que não coaduna com declarações
que relativizem qualquer tipo de violência contra a mulher e atos de machismo.
Também informa que a Instituição realiza constantes capacitações para
aprimoramento do atendimento a grupos vulnerabilizados e, em especial, às
mulheres.
Neste ano, foi inaugurado o projeto Deam Itinerante, que
já levou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher a dezenas de municípios
do interior, e foram abertos novos Núcleos Especiais da Atendimento à Mulher
(Neams), além de ter sido iniciada a a aplicação do Protocolo do Feminicídio.
Já foi iniciada uma apuração preliminar dos fatos, e o
servidor em questão será convocado para esclarecimentos. A Instituição
disponibiliza a Ouvidoria e a Corregedoria a todos os que se sintam ofendidos
com posturas e ações de nossos servidores. Informa ainda que o inquérito do
caso passa a ser presidido pelo titular da Delegacia Territorial (DT) de
Guanambi, Giancarlo Giovane Soares. Trata-se de uma decisão administrativa, que
ocorre sempre que julgado pertinente.
Fonte: Aratu On