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Preocupado com o surpreendente crescimento de Sergio Moro
nas últimas pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro continuou nesta quarta-feira
sua sequência de ataques ao ex-ministro. Durante entrevista concedida ao jornal
“Gazeta do Povo”, Bolsonaro citou que desde os primeiros meses do governo quis
demitir o ex-juiz, mas que era difícil justificar a demissão de Moro por causa
de seu prestígio, na entrevista Bolsonaro se esqueceu de citar que Sergio Moro
confiou em sua palavra e abandonou anos de magistratura para ser ministro de
seu governo.
— Eu sempre dizia nas reuniões de ministro: “Eu não quero
ser blindado por nenhum de vocês.
Entendeu, Sergio Moro? Eu não posso admitir é ser chantageado. Entendeu,
Sergio Moro?” Assim que era comum acontecer. E esse cara não fez absolutamente
nada para que Coaf, para que Receita não bisbilhotassem não só a minha vida bem
como de milhares de brasileiros — afirmou.
Bolsonaro criticou o ex-juiz afirmando que ele teria
deixado o governo para se preparar politicamente para o futuro. Moro deixou o
governo Bolsonaro em abril do ano passado após acusar o presidente de tentar
interferir na Polícia Federal. Segundo Moro, Bolsonaro tinha interesse em mudar
o diretor-geral da Polícia Federal e o superintendente da Polícia Federal em
alguns estados.
O presidente, entretanto, sempre negou a acusação,
dizendo que era seu direito trocar a chefia da Polícia Federal. Na ocasião, o
ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o governo
entregasse uma cópia da gravação da reunião ministerial. No encontro, Bolsonaro
reclama que não recebia informações de alguns órgãos de segurança.
Segundo Bolsonaro, a relação ruim com Moro vinha desde o
início de seu governo, quando ele teria cobrado o ministro sobre os motivos que
a Polícia Federal, de acordo com Bolsonaro, não investigava casos similares em
partidos de esquerda ao do seu então ministro do Turismo, Marcelo Álvaro
Antônio, acusado de desviar recursos eleitorais por meio de candidaturas
laranjas em Minas gerais.
— Isso daí desde o começo. Eu queria mandar ele embora lá
atrás, mas como ele tinha um prestígio muito grande, ficava difícil justificar
a demissão dele. Tanto é que na mídia social era comum, “Moro no Supremo,
Dallagnol na PGR. Ou então não tem a reeleição.” Era um negócio terrível.
Com informações da Gazeta do Povo e O Globo