A comunidade internacional começa a reagir à ordem do presidente russo, Vladimir Putin, de colocar forças nucleares do país em alerta. Órgãos de segurança dos Estados Unidos dizem monitorar a situação.
Putin reuniu-se, neste domingo (27/2), com o ministro da Defesa, Serguei Choigu, e do Estado Maior, Dmitry Yuryevich Grigorenko, no Kremlin. No encontro, o mandatário ordenou que os ministros colocassem as forças nucleares em “regime especial de alerta”, conforme informado pela agência de notícias russa Tass.
A Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, reagiu à determinação e disse que a medida “obedece a um padrão de fabricação de ameaças que não existem”.
A Rússia nunca esteve sob ameaça da Otan, disse o governo americano. Os norte-americanos também pontuaram que estão abertos a dar mais assistência aos ucranianos.
Minutos após o anúncio, a embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, fez alertas sobre o risco da medida.
“Putin colocar as armas nucleares em alerta mostra que o líder russo está escalando o conflito de uma maneira que é inaceitável”, criticou.
O gesto de Putin é uma resposta às sanções de países do Ocidente impostas à Rússia, que mesmo assim tem apresentado condições para driblar as medidas restritivas exigidas. A ameaça em apelar para armas nucleares, no entanto, ligou um alerta para o efeito catastrófico que o uso do aparato com grande potencial letal e destrutivo pode causar.
Investidas nucleares
O Exército russo avança também rumo a usinas nucleares da Ucrânia. O país está há quatro dias sob fortes bombardeios.
No sábado (26/2), Vadym Denysenko, assessor do ministro do Interior da Ucrânia, declarou que o exército se posicionou próximo a usina nuclear de Zaporizhzhia, cidade distante 560 quilômetros de Kiev. As informações foram divulgadas por agências internacionais de notícias.
Esta é a segunda investida da Rússia em estruturas desse tipo desde o começo do confronto, na madrugada de quinta-feira (24/2), horário de Brasília. As tropas teriam sitiado a estrutura posicionando mísseis na área.
Os russos já controlam a usina nuclear de Chernobyl desde quinta-feira. Lá, um grave desastre nuclear ocorreu em abril de 1986. O governo ucraniano preocupa-se, sobretudo, com um depósito de resíduos nucleares que existe no local. Noventa e duas pessoas são feitas reféns.
Rússia avança
Neste domingo (27/2), as tropas russas entraram na segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv. Além disso, mísseis balísticos atingem refinaria e gasoduto em território ucraniano.
O governo russo afirmou que uma delegação teria sido enviada a Belarus para discutir termos de um acordo de paz com a Ucrânia. Os ucranianos, entretanto, alegaram que as ofertas foram declinadas “categoricamente”. Depois disso, Zelensky divulgou a mensagem no Twitter.
Diante do aceno, o governo ucraniano entrou com uma ação contra os invasores no Tribunal Internacional de Justiça da Organização das Nações Unidas (ONU), em Haia
“A Ucrânia entrou oficialmente com uma ação contra a Rússia no Tribunal Internacional de Justiça da ONU, em Haia. Exigimos que a Rússia seja responsabilizada por distorcer o conceito de genocídio para justificar a agressão”, escreveu o presidente ucraniano.
Zelensky também solicitou que o órgão marque uma conversa entre as partes. “Pedimos ao tribunal que ordene imediatamente à Rússia que cesse as hostilidades e agende uma audiência na próxima semana”, assinalou.
Fonte: Metrópoles