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Um sargento da Marinha, identificado como Aurélio Alves
Bezerra, foi preso em flagrante, após atirar três vezes e matar um vizinho.
Durval Teófilo Filho, 38, chegava em casa do trabalho quando foi atingido na
barriga. O homem, que é negro, foi morto pelo militar após o atirador achar que
se tratava de um assaltante.
O caso aconteceu em um condomínio no bairro do Colubandê,
em São Gonçalo, município da região metropolitana do Rio. Durval, que
trabalhava em uma rede de supermercados, tentava abrir o portão.
Em um determinado momento, ele chegou perto do carro do
sargento, ao ver a cena, o militar atirou. Em depoimento, o militar alegou que
a região registra constantes assaltos.
Testemunhas contaram que Durval Teófilo chegou a avisar
que, assim como Aurélio Bezerra, era morador do condomínio e só tentava entrar
em casa. O militar então socorreu a vítima para o Hospital Estadual Alberto
Torres, na mesma região, mas a vítima não resistiu.
"Pessoa de bem, trabalhador, estava chegando do
trabalho... Acabaram com a vida do meu compadre, ele não merecia. Como pode
alguém sair atirando assim? Achando que é bandido. Ele acabou com a vida de uma
família", disse Carlos Souza, amigo de Durval, em entrevista ao UOL.
O sargento foi preso em flagrante por policiais da Divisão
de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo. O corpo da vítima foi
encaminhado ao Instituto Médico Legal, de Tribobó, e deve ser enterrado ainda
nesta quinta.
Através das redes sociais, amigos lamentaram a morte de
Durval. Alguns destacaram o fato da vítima ser negra: "Julgado por causa
da cor! Não tenho dúvidas"; "A primeira coisa que o atirador pensou
foi a cor"; "Pergunta que não quer calar: Será que ele vai pagar pelo
que fez? Destruiu uma família por causa da cor, porque era preto".
"Foi arbitrada a fiança, mas ele não pagou e será
encaminhado para a Audiência de Custódia. Esse caso já está praticamente
encerrado da nossa parte. Agora quem irá decidir pela manutenção da prisão é a
Justiça", disse ao UOL o delegado Mario Lamblet.
A reportagem pediu um posicionamento para a Marinha, mas
até o momento não teve retorno. Não foi informado pela polícia se o sargento já
tem defesa constituída.
Por Folhapress