Foto: Reprodução/Redes Sociais |
Uma motorista de 47 anos viralizou nas redes sociais ao
fazer uma publicação oferecendo serviços de transporte inusitados, como levar
mulheres para esperar o marido sair com a amante de motel. Moradora de São
Vicente, no litoral de São Paulo, Elizandra Regina de Cândido afirma que se
inspirou em uma publicação semelhante, mas que fez algumas complementações,
baseada nos atendimentos que oferece.
Com milhares de compartilhamentos nas últimas horas,
Elizandra afirma que a publicação, feita no último sábado (26), foi uma
“brincadeira séria” que fez, mas que o resultado a deixou satisfeita, pois mais
mulheres entraram em contato com ela para solicitar os serviços.
A lista inclui diversas opções, como: “Está desconfiada
do crush? Nós seguimos”; “Precisa fazer compras? Te levo e busco”; “Vai fugir
de casa e largar o embuste? Ajudo a retirar suas coisas”; e “Não pode pagar um
psicólogo? Sou toda ouvidos para desabafos”.
Antes de atuar como motorista, Elizandra trabalhava como
artesã, mas a pandemia dificultou a venda dos laços que confeccionava. Ela até
tentou vender lanches em casa, mas ficou dependente de entregadores, e resolveu
se reinventar. “A pandemia me quebrou, e comecei a conversar com um monte de
gente, meninas que têm medo de pegar motorista por aplicativo”.
Com um carro na garagem, ela iniciou, há quase um ano, as
corridas de forma particular, sem vínculo com aplicativos de transporte.
“Trabalho muito fazendo compras para senhoras, levando aos médicos, levando ou
buscando crianças na escola, e buscando moças que vão para baladas”, revela.
“Estou quase comprando outro carro e fazendo uma parceria
com a minha irmã. Vou abrir o meu microempreendedor individual (MEI). Foi uma
viralização incrível. Meu telefone, tenho que deixar no modo ‘não perturbe’,
porque estou dirigindo e recebo ligação”, diz.
A motorista, que se considera “pau para toda obra”,
afirma que quer ajudar as mulheres. “Fui casada, me separei e fiquei
desnorteada. Tive que me reinventar, e tive um luto, porque a gente sofre”.
Segundo Elizangela, todos os itens da publicação são
verdadeiros, e estão na lista de serviços prestados por ela. Inclusive, a
motorista conta que já levou uma amiga até um motel para investigar se
realmente estava sendo traída. “Não sou detetive particular, mas a gente faz o
que as pessoas pedem. Sou motorista, estou levando a mulher onde ela precisa
ir. A única exceção é que não atendo homem”, explica.
A motorista conta que tem recebido muitas ligações de
pessoas com depressão, e até de mulheres que querem se separar. “Tem gente que
me liga para desabafar. Dentro do carro, escuto cada história, que é para somar
na vida da gente. Tem gente que não vai para nenhum lugar, só me chama para dar
uma volta e conversar”, afirma.
“Não é só ganhar dinheiro. Eu me reinventei como ser
humano. Estava muito triste, derrotada, me sentindo sozinha. Coloquei meus
problemas de lado e passei a olhar o problema dos outros. Não é só ganhar
dinheiro, é ajudar outras mulheres”, conclui.
Por G1