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O retorno das crianças ao convívio social, principalmente nas escolas, fez com que surgissem no país surtos espalhados da doença conhecida como síndrome mão-pé-boca, que atinge principalmente as crianças de até 5 anos. Nesta segunda-feira (18), a coordenação de vigilância epidemiológica (Viep) da Secretaria Municipal de Saúde de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, emitiu um alerta aos pais sobre o registro de casos em creches e escolas do município.
A mão-pé-boca provoca irritação na pele, que forma bolhas e provoca febre, além de mal-estar, dor de garganta e diarreia.
“Já estamos fazendo um movimento junto às escolas da rede municipal e também da rede privada, de forma pontual, para esclarecimentos e orientações acerca das doenças na infância e a importância dos cuidados para evitar transmissão coletiva”, afirmou a coordenadora da Viep de Vitória da Conquista, Amanda Maria Lima.
De acordo com o médido pediatra Augusto Sampaio, a infecção é causada pelo vírus Coxsackie da família dos enterovírus que habitam normalmente o sistema digestivo. Embora seja mais comum em crianças, adultos também podem ser acometidos pela doença.
"Ela é classificada em dois grupos: “A, que prefere atacar a boca, pele, olhos e unhas, causando ferimentos, sendo as aftas os piores; e B, que ataca o fígado, coração, pleura e pâncreas, e possui 6 subtipos. No entanto, o quadro clínico mais comum é aquele que deu nome à doença", explica.
Ainda segundo o médico, não se deve esperar piorar o quadro clínico do paciente para procurar um pediatra. "Ele é que vai, com segurança, olhar as feridas na boca, mãos e solas dos pés, principalmente, e ensinar como cuidar delas logo, para não surgir uma infecção secundária por bactérias. Além disso, ele vai ensinar como higienizar a boca e dar alívio às aftas", frisa.
Apesar de não ser considerada uma doença grave, a mão-pé-boca pode, em alguns casos, provocar meningite e até atingir o coração da criança infectada.
"Felizmente, a maioria dos casos evolui para a cura, mas a palavra final tem que vir do médico, obviamente, porque a infecção pode provocar meningite e até mesmo atingir o coração. Espera-se uma vacina que imunize com apenas uma ou poucas doses, sem provocar efeitos colaterais de maior gravidade", afirma o profissional.
Levando em consideração que ainda são muitos os questionamentos acerca da doença, o BNews listou as principais dúvidas sobre a síndrome. Veja abaixo:
Quais os principais sintomas?
Os sintomas podem durar por uma semana, quando ocorre o maior risco de contágio da doença. Os principais sinais e sintomas são:
- Febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões;
- Aparecimento de manchas vermelhas com bolhas branco-acinzentadas no centro, que podem evoluir para ulcerações muito dolorosas na boca, amígdalas e faringe;
- Erupção de pequenas bolhas, em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés e, ocasionalmente, nas nádegas e na região genital;
- Mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia;
- Dificuldade para engolir e excesso de salivação, devido à dor.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas, localização e aparência das lesões. Ainda não há um tratamento específico para a doença. Em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, o tratamento é feito com antitérmicos e anti-inflamatórios. O ideal é que a criança permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta.
Como ocorre a transmissão?
A transmissão se dá pela via fecal/oral, através do contato direto entre as pessoas ou com as fezes, saliva e outras secreções, ou então através de alimentos e de objetos contaminados. Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. O período de incubação oscila entre um e sete dias. Na maioria dos casos, os sintomas são leves e podem ser confundidos com os do resfriado comum.
Como é feito o tratamento?
Em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, tratam-se apenas os sintomas. Medicamentos antivirais ficam reservados para os casos mais graves. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta.
O que é recomendado?
- Nem sempre a infecção pelo vírus Coxsackie provoca todos os sintomas clássicos da síndrome. Há casos em que surgem lesões parecidas com aftas na boca ou as erupções cutâneas; em outros, a febre e a dor de garganta são os sintomas predominantes;
- Sempre de lavar as mãos antes e depois de lidar com a criança doente, ou levá-la ao banheiro. Se ela puder fazer isso sozinha, insista para que adquira e mantenha esse hábito de higiene mesmo depois de curada;
- Evitar, na medida do possível, o contato muito próximo com o paciente (como abraçar e beijar);
- Manter um nível adequado de higienização da casa, das creches e das escolas;
- Não compartilhar mamadeiras, talheres ou copos;
- Afastar as pessoas doentes da escola ou do trabalho até o desaparecimento dos sintomas (geralmente 5 a 7 dias após início dos sintomas);
- Lavar superfícies, objetos e brinquedos que possam entrar em contato com secreções e fezes dos indivíduos doentes com água e sabão e, após, desinfetar com solução de água sanitária diluída em água pura (1 colher de sopa de água sanitária diluída em 4 copos de água limpa);
- Descartar adequadamente as fraldas e os lenços de limpeza em latas de lixo fechadas.
Fonte: BNews