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Usando uma roupa preta, que vestiu no banheiro do colégio, após retirar o uniforme, um adolescente de 13 anos ateou fogo na Escola Municipal Yeda Barradas Carneiro, onde estuda, na cidade de Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, na manhã de ontem (27).
O aluno, que não foi identificado, retornou do banheiro para uma sala de aula, portando uma bomba caseira do tipo coquetel molotov e armado com uma faca. Em seguida, ele explodiu o artefato, na tentativa de colocar fogo na escola.
Ninguém foi atingido pela explosão. No entanto, o aluno conseguiu golpear o pescoço da coordenadora da instituição com uma faca. O nome e o estado de saúde da funcionária não foram divulgados. Mas, de acordo com a Polícia Civil, ela será submetida a exame de corpo de delito. Já a Prefeitura de Morro do Chapéu afirma que o jovem entrou em surto.
Sem se identificar, uma aluna que estava no local no momento do incidente contou ter ouvido uma explosão, seguida de chamas. “Eu sai correndo. Enquanto isso, as pessoas gritavam que uma professora havia recebido uma facada no pescoço. Ela estava cobrindo o ferimento com um pano e eu fiquei desesperada. Todos saíram da escola e a polícia foi chamada”, descreve a estudante.
A motivação do ataque ainda não foi confirmada pela polícia, mas, de acordo com a aluna que testemunhou o caso, o adolescente havia sido suspenso das atividades escolares pela coordenadora, por “filar muitas aulas”. Para conseguir entrar na escola, ele teria pulado o muro. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Educação do município, mas até o fechamento desta matéria não houve resposta.
Segundo a polícia militar, os agentes do 7º BPM apreenderam o adolescente e o apresentaram ao Conselho Tutelar para “a adoção de medidas cabiveis”. A polícia civil informou que ele foi indiciado por atos infracionais análogos aos crimes de ato terrorista, incêndio e lesão corporal.
Além disso, a Delegacia Territorial da cidade solicitou à justiça a internação do estudante, que está à disposição da Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público.
Perfil
O adolescente de 13 anos é estudante do 8º ano, no turno da manhã. Alunos da escola contaram ao CORREIO que ele era quieto, tinha apenas um amigo e não gostava de ser tocado. Apesar disso, não havia desconfiança sobre ele por parte das pessoas que frequentavam o colégio.
“Eu nunca imaginei que ele poderia fazer isso, por ser uma pessoa tranquila. Ele só não gostava que tocassem nele. Sempre ficava bravo com isso”, afirma uma estudante do Yeda Barradas.
Um professor da unidade, Jadson Ferreira, também afirmou que o adolescente tinha comportamento calmo e regular, mas teve um surto. “Aparentemente ele é um aluno tranquilo, mas, infelizmente, surtou. A gente não sabe o que aconteceu”, disse em um vídeo publicado nas redes sociais.
Fonte: Correio 24h, com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo