A primeira medalha de ouro do Brasil nas Olimpíadas de Paris veio nesta sexta-feira, dia 2, com a judoca Beatriz Souza, a Bia, de 26 anos. Ela, que compete na categoria de 78 kg, viu no esporte um meio de sobrevivência, mas também de recuperar a autoestima.
"Na infância, eu não ligava para o que achavam do meu corpo. Mas isso mudou na adolescência, quando passei a me destacar por ser muito grande e muito alta, principalmente se comparada às amigas pequenininhas. Eu me sentia desconfortável, porque não sabia como lidar, nem me aceitava. Foi uma fase difícil. Observando as pessoas à minha volta, na minha categoria, e com a minha principal adversária técnica, Maria Suelen Altheman, eu aprendi que a melhor coisa que poderia fazer por mim era amar meu próprio corpo. E, assim, simplesmente me acostumei a gostar dele. O esporte me empoderou e mostrou o poder gigantesco que tenho dentro de mim", disse a atleta à "Glamour", em julho.
Fazer as pazes com o espelho a ajudou também a pensar além da própria carreira. E investiu em uma marca de roupas plus size, após desabafar com a cunhada a insatisfação com as peças de roupa que encontrava.
"Eu sou sócia de uma loja de roupas com minha cunhada: Nega chique. São roupas pluse size, tamanhos grandes. É muito difícil pra gente, que é grande, tem costas largas, não só por ser mais gordinha. O tamanho G de uma loja de departamento não entra no meu braço. Eu queria muito achar loja roupa grande que coubesse em mim, me fizesse me sentir bem e não fosse feio. Não quero comprar roupa grande com estampa de vovó. Minha cunhada gostou da minha ideia, depois do desabafo que fiz, e ela me chamou para ser sócia", disse Bia ao canal "Podsport", no ano passado.
Jornal Extra